Vacinas de Oxford e Pfizer são eficazes contra variante de Manaus, diz estudo
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 19 de Março de 2021 às 13h35
Se tem algo que preocupa o mundo mais do que o coronavírus em si, é a quantidade de variantes que tem surgido em países como o Reino Unido, a África do Sul e o Brasil. Neste último caso, uma dessas variantes foi encontrada em Manaus, despertando a atenção dos especialistas. No entanto, segundo um recente estudo realizado pela Universidade de Oxford, a vacina Covishield (AstraZeneca) e a vacina da Pfizer apresentam eficácia contra tal variante.
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A pesquisa, ainda não revisada por outros cientistas, aponta que a P.1 (nome dado à variante encontrada em Manaus) apresentou menos resistência às duas vacinas do que a variante da África do Sul (B.1351) e também apresentou uma resistência menor aos anticorpos. Por enquanto, segundo a pesquisa em questão, a variante da África do Sul é a mais preocupante, e os pesquisadores afirmam que encontrar uma vacina que seja eficaz contra ela é a prioridade.
Para os responsáveis pelo estudo, essa diferença pode ter relações com mutações que a P.1 sofreu fora da região que o vírus usa para se conectar às celulas. Eles também afirmam que, embora a variante realmente tenha mais resistência que o coronavírus original, a expectativa é que essas vacinas deem conta.
Mas para chegar a essas novas informações, os pesquisadores isolaram uma amostra da variante P.1 do coronavírus retirada de um paciente brasileiro de Manaus e cultivaram em laboratório, visando analisar a interação com o soro retirado do sangue e com anticorpos de pessoas vacinadas com os imunizantes de Oxford e da Pfizer, em comparação com o de pessoas não vacinadas, mas que tiveram COVID-19 no início da pandemia.
“Esses dados sugerem que os anticorpos induzidos por vacinas e naturais ainda podem neutralizar essas variantes, mas em níveis mais baixos. É importante ressaltar que a cepa P.1 pode ser menos resistente a esses anticorpos do que se temia inicialmente", afirma o estudo. Andrew Pollard, investigador-chefe do ensaio da vacina da Universidade de Oxford, disse que o estudo forneceu “novas percepções que nos ajudam a estar preparados para responder a novos desafios à nossa saúde causados pelo vírus, se necessário”.