Pfizer e Moderna: única dose de vacina pode ser eficaz contra reinfecção
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 15 de Março de 2021 às 16h25
Mesmo quem já foi infectado pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), pode ser novamente contaminado pelo agente infeccioso, em especial, pelas variantes emergentes em circulação. Para entender a eficácia das vacinas contra a reinfecção da COVID-19, um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos testou as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna em quem já teve a doença.
- OMS autoriza uso emergencial da vacina da Johnson & Johnson contra COVID-19
- Governo Federal e governos do NE confirmam compras separadas da vacina Sputnik V
- OMS deve antecipar envio de 3 milhões de doses de vacinas para o Brasil
Publicado no periódico científico New England Journal of Medicine como uma carta, o estudo foi desenvolvido por pesquisadores da Escola de Medicina Icahn, em Nova Iorque, e demonstrou que uma única dose do imunizante gera uma resposta imunológica contra o vírus igual ou superior àquela encontrada em pacientes nunca contaminados e que receberam as duas doses.
No entanto, esta eficácia só foi analisada para as seguintes vacinas: a fórmula desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e pela empresa de biotecnologia alemã BioNTech; e pela farmacêutica norte-americana Moderna. Ambas adotam o RNA Mensageiro (mRNA) para desencadear a proteção imunológica contra o coronavírus.
“Nós descobrimos que uma dose das vacinas gerou rápida resposta em participantes soropositivos [do novo coronavírus], com níveis de anticorpos similares ou superiores a participantes soronegativos [quem ainda não se contaminou] que receberam duas doses. Mas se uma dose destas vacinas provê proteção efetiva em soropositivos ainda requer investigação”, afirmam os autores do estudo preliminar sobre a imunização para evitar casos de reinfecção.
Pesquisa sobre reinfecção da COVID-19 e vacinação
Para entender a eficácia de uma única dose contra reinfecções do coronavírus, o estudo — ainda não revisado por pares — analisou 110 participantes de um teste clínico, sendo que um grupo já havia tido diagnóstico positivo para a COVID-19 e outro que ainda não havia sido contaminada pelo agente infeccioso.
A partir das análises, os pesquisadores observaram que os participantes que já haviam contraído a COVID-19 desenvolveram, de forma mais acelerada, anticorpos com uma única dose do imunizante. Por outro lado, os não infectados previamente apresentaram uma baixa resposta na criação de anticorpos até o 12º dia depois da vacinação. Para a maioria deste grupo, a resposta só apareceu após este período.
Além disso, o desempenho dos pacientes previamente infectados foi superior ao de pessoas que receberam duas doses das vacinas adotadas na pesquisa, o que pode ser uma nova evidência significativa para a imunização contra o agente infeccioso. Neste grupo já contaminado, a aplicação da segundo dose não desencadeou mudanças significativas no sistema imunológico contra o vírus.
Por fim, os pesquisadores avaliaram os efeitos colaterais da vacinação nos dois grupos. Os relatos foram maiores nos participantes que já haviam contraído a COVID-19, no entanto, em nenhum dos casos houve eventos adversos graves ou que demandassem a hospitalização do paciente.
Para acessar o estudo preliminar, New England Journal of Medicine, sobre a eficácia de uma única dose para proteger pessoas que já tiveram COVID-19, clique aqui.
Fonte: Agência Brasil