Vacinados têm menor risco de desenvolver covid longa, diz estudo
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela | •

Pesquisadores de Israel observaram que pessoas vacinadas contra covid-19 apresentam menos riscos de desenvolver sintomas da covid longa, como fadiga, dores de cabeça e névoa mental. A condição pode permanecer por 8 meses após a recuperação da infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2, dependendo do quadro. Nesse sentido, a vacina pode ser uma grande aliada.
Publicado na plataforma MedRxiv, o preprint — artigo ainda não revisado por pares — foi desenvolvido por cientistas de diferentes instituições de pesquisa israelenses, como a Universidade Bar-Ilan. No estudo, os autores observaram que pessoas que receberam duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech eram muito menos propensas a relatar qualquer um dos sintomas comuns da covid longa do que as pessoas que não foram vacinadas quando infectadas.
“Aqui está outra razão para se vacinar, se você precisar de uma”, afirmou Michael Edelstein, epidemiologista da Universidade Bar-Ilan e um dos autores do estudo para a revista Nature.
Relação entre vacina e covid longa
No estudo israelense, foram incluídos cerca de 3,3 mil voluntários, sendo que 2,4 mil não contraíram a covid-19 e 951 foram contaminados pelo coronavírus. Dos infectados, 637 (67%) foram vacinados. Para participar da pesquisa, as pessoas responderam um questionário online e, caso fossem do grupo com a covid-19, tiveram que apresentar um resultado de RT-PCR positivo.
De acordo com a equipe de pesquisadores, os sintomas relatados mais comuns foram:
- Fadiga (22%);
- Dor de cabeça (20%);
- Fraqueza (13%);
- Dor muscular persistente (10%).
Em seguida, os pesquisadores compararam a prevalência de cada sintoma com o status de vacinação autorrelatado. "Os participantes totalmente vacinados [2 doses] eram 54% menos propensos a relatar dores de cabeça, 64% menos propensos a relatar fadiga e 68% menos propensos a relatar dores musculares do que os seus homólogos não vacinados", detalham.
"A vacinação com pelo menos duas doses da vacina contra a covid-19 foi associada a uma diminuição substancial na notificação dos sintomas pós-agudos mais comuns da covid-19, trazendo-a de volta à linha de base. Nossos resultados sugerem que, além de reduzir o risco de doença aguda, a vacinação pode ter um efeito protetor contra a covid longa", concluem os autores.
Vale destacar, no entanto, que os estudos não avaliaram os efeitos da proteção da vacinação contra a covid longa, desencadeada por casos da variante Ômicron (B.1.1.529). Isso porque os dados foram coletados entre março de 2020 e novembro de 2021, quando a nova cepa ainda não era conhecida.