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Gripe longa também existe?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Janeiro de 2022 às 11h30

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choreograph/envato
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Pesquisadores da Universidade de Oxford investigavam os efeitos da covid longaas sequelas causadas pela infecção do coronavírus SARS-CoV-2 que podem se prolongar por meses —, quando descobriram que a recuperação da gripe também pode ser mais demorada do que se imaginava. Popularmente, o termo recebe o nome de "gripe longa", mas os cientistas quesitonam as comparações com a pós-covid.

Publicado na revista científica PLOS Medicine, o estudo contou com dados de saúde de 81 milhões de pessoas, sendo que 273 mil tinham se recuperado da infecção pelo coronavírus. Além disso, 114 mil foram diagnosticados com gripe (influenza).

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Casos da covid longa e das sequelas da gripe

Nos 6 meses após o diagnóstico da covid, "57% apresentaram pelo menos uma característica da covid longa", afirmam os pesquisadores. A pesquisa também descobriu que 37% dos pacientes apresentava uma ou mais características da covid longa entre 3 e 6 meses após o diagnóstico da covid-19.

Para a gripe, o estudo observou que 43% das pessoas tiveram um ou mais dos mesmos sintomas registrados no pós-covid durante os seis primeiros meses. Além disso, 29% das pessoas relataram pelo menos um sintoma 3 a 6 meses depois.

Os pesquisadores avaliaram os seguintes sintomas como sequelas das infecções:

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  • Dor no peito/garganta;
  • Respiração anormal;
  • Dores abdominais;
  • Fadiga/mal-estar;
  • Ansiedade depressão;
  • Dor;
  • Dor de cabeça;
  • Disfunção cognitiva;
  • Mialgia (dor muscular).

Afinal, existe uma gripe longa?

A partir dessas descobertas, vale o questionamento de que se poderia existir também uma gripe longa. No entanto, os autores do estudo ainda não entram em um consenso claro sobre as consequências para o organismo das sequelas da influenza e nem se é possível comprar a extensão entre elas no organismo. Para confirmar, são necessários mais estudos.

“Pode muito bem ser — e a ênfase está no poder — que existe uma gripe longa que foi ignorada simplesmente porque não recebeu tanta atenção quanto estamos dando agora à covid-19”, afirmou Max Taquet, professor do departamento de psiquiatria da Universidade de Oxford e o primeiro autor do novo estudo, para o Science Focus.

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“Na verdade, decidimos não chamá-la de 'gripe longa' em nosso artigo”, explicou Taquet. “[Na medicina] falamos sobre fadiga pós-vira. As pessoas atribuem doenças de longo prazo a um evento específico, como aqueles que contraem a doença de Lyme crônica ou ME”, completou o pesquisador.

Fonte: PLOS Medicine e Science Focus