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Vacinação contra a COVID no Brasil pode começar já em março de 2021, diz Fiocruz

Por| 24 de Novembro de 2020 às 16h33

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Pixabay
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Com os resultados preliminares dos testes clínicos da vacina contra a COVID-19 chamada ChAdOx1 nCoV-19, desenvolvida em parceria da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca, a Fiocruz acredita que a vacinação deva começar ainda em março aqui no Brasil.

Na última segunda-feira (23), as companhias anunciaram que iriam entrar com um pedido de uso emergencial da vacina no Brasil, se encontrando com o Ministério da Saúde, Fiocruz e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A vacina mostrou uma eficácia de 90% com a aplicação de meia dose na primeira etapa e uma dose inteira na segunda, não sendo necessário o uso de duas doses completas para uma pessoa só.

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Por isso, uma maior quantidade de pessoas poderá ser vacinada, com a Fiocruz prevendo a vacinação de 136,5 milhões de pessoas ainda em 2021, precisando apenas da liberação da Anvisa. "No primeiro semestre, teríamos 100,4 milhões de doses para oferecer a 50,2 milhões de brasileiros. No entanto, com esse protocolo anunciado, as mesmas 100,4 milhões de doses poderão ser utilizadas na vacinação de cerca de 65 milhões de pessoas", explica Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz.

Já no segundo semestre, como conta Krieger, a produção seria 100% nacional, disponibilizando vacinas para mais de 71,5 milhões de pessoas. "Isso coloca o país numa posição privilegiada entre as nações que terão um grande número de doses para as suas populações", completa.

Duas etapas

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Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, comemora os resultados da vacina, afirmando que mais pessoas ainda serão beneficiadas. "Essa vacina deixa de ser uma candidata promissora para ser uma vacina que será produzida pela Fiocruz e uma resposta à saúde pública brasileira", diz. No Brasil, as doses serão produzidas pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), e o processo de transferência para cá deve ocorrer em duas etapas.

Na primeira, a matéria-prima da vacina, que no caso é o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), será enviada para o Brasil, dando início à fabricação das primeiras doses para a distribuição em março. Na segunda etapa, que deve começar no segundo semestre do ano que vem, a produção do IFA será de forma independente, facilitando o processo de fabricação de doses em maiores quantidades.

Além da praticidade, o valor das doses deve ser mais em conta, segundo Mauricio Zuma, diretor do Bio-Manguinhos. "Estamos trabalhando dentro do cronograma previsto, com uma expectativa de produção de 210,4 milhões de doses em 2021, com um valor por dose extremamente acessível, entre US$ 3 e US$ 4 (R$ 16 a R$ 22, aproximadamente) e uma vacina que pode ser armazenada e transportada na temperatura de 2°C e 8°C, podendo ser distribuída e armazenada utilizando toda a logística já existente no Programa Nacional de Imunizações (PNI)", completa.

Fonte: Estado de Minas