"Ressaca forte": voluntários da vacina da Pfizer relatam efeitos colaterais
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela | •
Na última segunda-feira (9), a farmacêutica norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech anunciaram que sua candidata a vacina contra a COVID-19 é mais de 90% eficaz na prevenção da infecção. No entanto, na última quarta-feira (11), veio à tona um relatório com efeitos colaterais apontados pelos voluntários a testar a candidata.
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Os voluntários que receberam a vacina da Pfizer contra a COVID-19 relataram efeitos colaterais semelhantes a uma “forte ressaca”. Durante os testes, os mais de 43.500 voluntários de seis países não foram informados se receberam a vacina ou um placebo. No entanto, alguns disseram que sabiam informar que haviam recebido a vacina por causa de certos efeitos colaterais, como dores de cabeça e musculares.
De acordo com o norte-americano Glenn Deshields, de 44 anos, esses efeitos colaterais foram semelhantes a uma “ressaca forte”, desapareceram rapidamente. Um teste de anticorpos revelou posteriormente que ele havia desenvolvido anticorpos contra o vírus, o que o convenceu de que havia recebido a vacina real.
Outra voluntária, uma mulher norte-americana de 45 anos identificada como Carrie, relatou febre, dor de cabeça e dores no corpo depois de receber sua primeira injeção. Ela comparou a reação com efeitos semelhantes aos da gripe, que pioraram depois que ela recebeu sua segunda injeção.
Durante o anúncio da eficácia, as farmacêuticas afirmaram que, até o momento, não identificaram nenhuma reação adversa grave ou uma questão séria com a segurança do imunizante. "Devemos ser mais otimistas em relação ao efeito da imunização, que pode durar pelo menos um ano”, explicou o diretor da BioNTech, Ugur Sahin, sobre os resultados de eficácia a anunciados contra a COVID-19, na ocasião. "É uma excelente notícia. 90% é um número extraordinário. Outras vacinas que nós usamos hoje estão na faixa dos 60%, 70%", completou Edson Moreira, médico e coordenador dos estudos desta vacina no Brasil.
Vacina da Pfizer e BioNTech
A potencial vacina contra a COVID-19 recebe o nome de BNT162b2 e depende de duas doses para promover a imunização completa contra o agente infeccioso. No Brasil, o Centro Paulista de Investigação Clínica (CEPIC) teste a vacina em duas mil pessoas.
Basicamente, o imunizante em questão é diferente em sua biotecnologia, pois carrega um RNA mensageiro (mRNA) que estimula o organismo a produzir uma proteína específica do coronavírus. Depois de produzida, o sistema imunológico pode reconhecer a vacina como um antígeno e, assim, cria imunidade contra a doença. Caso o estudo clínico seja concluído com sucesso, essa será a primeira vacina produzida e aprovada, na histórica da medicina, a partir do uso de mRNA.
Fonte: The Independent