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Vacina da Pfizer pode chegar em março ao Brasil; logística é desafiadora

Por| 12 de Novembro de 2020 às 17h58

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Cottonbro/Pexels
Cottonbro/Pexels

Na corrida por uma vacina segura e eficaz contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), o Brasil poderá contar com uma terceira opção, caso todos os estudos clínicos sejam concluídos com sucesso. Além da vacina de Oxford e da CoronaVac, o imunizante da Pfizer contra a COVID-19 deve estar disponível para o uso no país até março de 2021, segundo o presidente da farmacêutica, Carlos Murillo.

Durante evento virtual nesta quinta-feira (12), na Academia Nacional de Medicina, Murillo informou que a farmacêutica já estaria em negociações avançadas com o governo brasileiro para a eventual distribuição da vacina no país. Entretanto, uma série de desafios ainda precisa ser superada, como a produção de milhões de doses e sua distribuição. Isso porque o imunizante precisa ser armazenado em uma temperatura de -70 °C. 

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Primeiras doses devem ir para os EUA

Antes de qualquer vacinação contra a COVID-19, o imunizante precisará obter uma licença de uso com as agências sanitárias de cada país. Nesse sentido, a farmacêutica norte-americana espera obter com a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, uma autorização emergencial de uso neste ano mesmo, já que planeja produzir (e distribuir) 50 milhões de doses até o final de 2020.

Segundo apurou o The New York Times, metade desse primeiro lote das vacinas deve ser destinada para os EUA. Como cada pessoa precisará de duas doses do imunizante, é possível que 12,5 milhões de norte-americanos sejam vacinados contra a COVID-19. Somente depois, outras encomendas do imunizante deverão ser feitas, como a do Brasil. Por aqui, a fórmula terá que ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Transporte da vacina da Pfizer contra a COVID-19

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Superadas as etapas burocráticas, será preciso contornar o desafio de transportar esta vacina, desenvolvida em parceria com a empresa de biotecnologia alemã BioNTech, que depende de temperaturas muito baixas para se manter funcional. Para se ter uma noção, a temperatura necessária de armazenamento é similar à do Polo Sul em um dia de inverno — e nenhuma das outras candidatas têm essa especificidade.

Agora, para produzir essas vacinas em tempo recorde, a farmacêutica conta com uma instalação em Kalamazoo, em Michigan, e outra em Puurs, na Bélgica. Pensando na distribuição dos EUA, a maioria das doses deve sair de Michigan. Lá, as vacinas produzidas serão colocadas em frascos, com cinco doses por frasco. Em seguida, esses recipientes irão para as bandejas (195 frascos por bandeja). Por fim, as bandejas irão para caixas, que funcionam como refrigeradores e usam gelo seco, e cada caixa comporta até cinco bandejas. Até o final de novembro, a farmacêutica espera ter 100 mil dessas caixas refrigeradas cheias.

Aproximadamente, cada caixa deve conter entre mil e cinco mil doses da vacina contra a COVID-19. Para manter a segurança desse produto tão valioso, elas serão equipadas com sensores de temperatura e um GPS. Dessa forma, será possível monitorar os locais e as temperaturas das caixas enquanto são transportadas para hospitais e clínicas, por exemplo. 

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Gelo seco deve viabilizar o transporte da vacina

Essas temperaturas tão baixas podem representar um desafio extra para o transporte em países tropicais como o Brasil. Segundo Murillo, a farmacêutica desenvolveu uma alternativa para essa questão. Será usada uma embalagem especial, com gelo seco, que será capaz de manter o imunizante na temperatura necessária por até 15 dias. Após o descongelamento, a vacina ainda se manterá estável por mais cinco dias em refrigeradores comuns. "Ou seja, do momento em que o produto chega ao país até ser aplicado, seriam 20 dias", explicou.

"Não é simples, não resolve toda a logística, mas muda muito o esquema de pensar em ter um freezer de baixas temperaturas em cada centro de vacinação", defendeu Murillo. Em outras palavras, a iniciativa faz da vacina, de fato, mais uma opção viável para o Brasil. 

Quanto aos valores do imunizante, por enquanto, a farmacêutica ainda não abre os preços que cobrará por cada dose. Independente disso, a empresa deve praticar três valores no mercado: um para os EUA e para a Europa; outro para países em desenvolvimento, como o Brasil; e um terceiro para países mais pobres.

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Em março de 2021, o Brasil poderá contar com três opções de vacinas contra a COVID-19, caso estudos comprovem eficácia e segurança. Entre as opções, a vacina da Pfizer deve estar disponível durante o primeiro trimestre, segundo executivo da farmacêutica

Fonte: EstadãoThe New York Times