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COVID-19 | Vacina da Pfizer tem 90% de eficácia em primeiros voluntários

Por| 09 de Novembro de 2020 às 14h45

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Cottonbro/Pexels
Cottonbro/Pexels

Na corrida por uma vacina segura e eficaz contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), os pesquisadores estão cada vez mais próximos de uma resposta. Nesta segunda-feira (9), a farmacêutica norte-americana Pfizer e alemã BioNTech anunciaram que sua candidata a vacina contra a COVID-19 é mais de 90% eficaz na prevenção da infecção, de acordo com os dados iniciais do estudo clínico de fase 3.

Durante o anúncio, as farmacêuticas afirmaram que, até o momento, não identificaram nenhuma reação adversa grave ou uma questão séria com a segurança do imunizante. Caso o cenário de testes siga com resultados positivos, a ideia é solicitar uma autorização para uso de emergência do imunizante nos Estados Unidos ainda neste mês.

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"Devemos ser mais otimistas em relação ao efeito da imunização, que pode durar pelo menos um ano”, explicou o diretor da BioNTech, Ugur Sahin, sobre os resultados de eficácia a anunciados contra a COVID-19. "É uma excelente notícia. 90% é um número extraordinário. Outras vacinas que nós usamos hoje estão na faixa dos 60%, 70%", explicou Edson Moreira, médico e coordenador dos estudos desta vacina no Brasil.

Entretanto, a pesquisadora e doutora em Genética e Biologia Molecular pela Unicamp, Izabella A. Pena, explica que esses resultados precisam ser vistos com cautela, já que os voluntários da pesquisa foram vacinados há menos de dois meses e, nos próximos meses, a situação pode eventualmente ser alterada. Nesse sentido, "é impossível saber se a vacina protege a longo prazo ou por quanto tempo a imunidade dura", ressalta Pena sobre o curto período de testes. É provável que essas questões só sejam respondidas ao longo dos próximos anos. Isso porque, mesmo após aprovadas, vacinas continuam a ser estudadas.

O que os 90% significam?

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Vale explicar que a taxa de eficácia representa quantas pessoas receberam o imunizante contra a COVID-19 e não adoeceram. Considerando que essa taxa é de 90%, nove a cada 10 voluntários não ficaram doentes. Isso significa que a vacina da Pfizer foi capaz de protegê-los. Mesmo com esse anúncio, os dados (e mais detalhes) ainda não foram publicados em uma revista científica.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram os dados o estudo, depois que 94 dos voluntários testaram positivo para a infecção do coronavírus. Entretanto, ainda não foram especificadas quantas pessoas receberam a vacina experimental e quantas receberam o placebo (uma substância sem efeito para a infecção).

Por isso, essa taxa de proteção inicial ainda pode variar até a conclusão do estudo. Para confirmar a taxa de eficácia, o estudo clínico da vacina precisa identificar 164 casos confirmados da COVID-19 entre os participantes. A expectativa é que isso possa ocorrer até dezembro, devido às altas taxas de infecção nos EUA.

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Sobre esses resultados parciais da vacina da Pfizer contra o coronavírus, "é um bom sinal", comenta a presidente do IQC (Instituto Questão de Ciência) e pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, Natália Pasternak. Ou seja, essa é uma das primeiras evidências que validam a expectativa por uma vacina contra a COVID-19 segura e eficaz — e que jogam a vacina da Pfizer para a primeira colocação na corrida pelo imunizante.

O que tem na vacina e como ela funciona?

Desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer com a empresa de biotecnologia alemã BioNTech, a potencial vacina contra a COVID-19 recebe o nome de BNT162b2 e depende de duas doses para promover a imunização completa contra o agente infeccioso. No Brasil, o Centro Paulista de Investigação Clínica (CEPIC) teste a vacina em duas mil pessoas.

O imunizante carrega um RNA mensageiro que estimula o organismo a produzir uma proteína específica do coronavírus. Depois de produzida, o sistema imunológico pode reconhecer a vacina como um antígeno e, assim, cria imunidade contra a doença. Caso o estudo clínico seja concluído com sucesso, essa será a primeira vacina produzida e aprovada — na histórica da medicina — a partir do uso do mRNA.

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Fonte: G1O Globo