Moderna começa a testar vacina de mRNA contra HIV em humanos
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela | •
Responsável por uma das vacinas de mRNA (RNA mensageiro) contra a covid-19, a Moderna adaptou sua tecnologia e começou os estudos clínicos para uma nova fórmula contra o HIV. Na quinta-feira (27), as primeiras doses do imunizante experimental contra o vírus da Aids foram aplicadas nos voluntários, como parte de um estudo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
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Além da farmacêutica norte-americana, o desenvolvimento da vacina contra o HIV conta com a parceria da Iniciativa Internacional de Vacinas contra a AIDS (IAVI) e da Fundação Bill & Melinda Gates. Vale lembrar que 37,7 milhões de pessoas convivem com o HIV no mundo e o número de novos infectados ainda cresce, segundo a Unaids.
"Estamos tremendamente empolgados em avançar nessa nova direção no design de vacinas contra o HIV com a plataforma de mRNA da Moderna. A busca por uma vacina contra o HIV tem sido longa e desafiadora, e ter novas ferramentas em termos de imunógenos e plataformas pode ser a chave para um rápido progresso em direção a uma vacina eficaz e urgente contra o HIV", afirmou Mark Feinberg, presidente e CEO da IAVI, em comunicado.
Entenda o estudo da vacina contra o HIV
O estudo clínico de Fase 1 da potencial vacina de mRNA contra o vírus da Aids, da Moderna, recebe o nome oficial de IAVI G002. A ideia, neste primeiro momento, é verificar a segurança da potencial da fórmula em um pequeno grupo de pessoas.
Para isso, foram selecionados 56 voluntários saudáveis e soronegativos — que não estejam com convivendo com o HIV. Desse total, 48 participantes receberão uma dose da vacina experimental e uma porcentagem de pessoas desse grupo (32) tomará uma segunda dose da fórmula. Todo esse processo ajudará a estabelecer a dose mais adequada da vacina. A Fase 1 deve durar 6 meses.
Além de monitorar e avaliar a segurança da vacina, os cientistas responsáveis pelo estudo irão examinar a resposta imune que a vacina de mRNA contra o HIV desencadeia no nível molecular. Mais especificamente, a Moderna espera que o imunizante desencadeie a produção de um tipo de glóbulos brancos, conhecidos como células B. Isso porque podem se transformar em anticorpos amplamente neutralizantes e barrar eventuais exposições ao HIV.
Caso os estudos clínicos respondam de forma esperada, esta pode ser a primeira vacina de mRNA contra o HIV e também será a primeira fórmula, independente da tecnologia usada, contra o vírus da Aids. Este feito inédito é aguardado há mais de 40 anos por cientistas e pessoas de todo o mundo.
Fonte: Moderna e Unaids Brasil