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Vacina de Oxford será testada em mais 5 mil brasileiros (incluindo idosos)

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Dimitri Houtteman/Unsplash
Dimitri Houtteman/Unsplash

Depois de uma semana conturbada para a pesquisa com a vacina contra a COVID-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca, boas notícias chegam para o estudo clínico. Nesta final de semana, foi divulgado que a reação adversa grave de uma voluntária não estava relacionada ao imunizante contra o coronavírus SARS-CoV-2. Agora, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libera uma nova rodada de testes no Brasil.

Nesta terça-feira (15), a Anvisa autorizou uma ampliação de mais cinco mil voluntários, incluindo pessoas com mias de 60 anos, que poderão participar no estudo clínico de fase 3 — a última antes da aprovação e posterior registro — com a vacina contra a COVID-19. Dessa forma, o Brasil terá 10 mil voluntários contribuindo para a pesquisa contra o coronavírus.

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"Nessa etapa, podem entrar no estudo idosos, pessoas acima dos 60 anos que façam parte do perfil descrito. Isso é extremamente importante, porque incluímos nessa fase pessoas que sabidamente têm risco mais elevado de complicações à COVID-19 e, assim, o estudo pode refletir ainda mais a realidade. Isso, além de ampliarmos bastante o número de participantes, o que dará ainda mais robustez na análise de dados relacionados à segurança e eficácia da vacina", comenta a professora Lily Weckx, coordenadora do CRIE e responsável pelo estudo da vacina de Oxford no Brasil.

Testes da vacina de Oxford contra a COVID-19

Entre os voluntários, podem participar da pesquisa apenas adultos acima de 18 anos, que sejam profissionais de saúde e que atuem na linha de frente do combate à COVID-19. Além disso, podem integrar os testes também trabalhadores que desempenhem funções em ambientes com alto risco de exposição ao novo coronavírus, como motoristas de ambulância, seguranças de hospitais e agentes de limpeza desses estabelecimentos. Entretanto, a novidade é com a inclusão de pessoas com mais de 60 anos que, até então, não eram selecionadas para o estudo.

Com a autorização da Anvisa, hoje mesmo, os centros participantes devem iniciar o processo de recrutamento para os novos cinco mil voluntários. Esse recrutamento e a aplicação da vacina em testes acontecerão: em Natal, no Rio Grande do Norte, pelo Centro de Pesquisas Clínicas de Natal (CPCLIN); em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); e em Santa Maria, também no estado gaúcho, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Fora da nova inclusão de testes, pesquisadores ainda acompanham voluntários que receberam doses da vacina de Oxford nos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e da Bahia. Na pesquisa, uma parte dos selecionados recebe um placebo e a outra a vacina a ChAdOx1 nCoV-19, que utiliza um adenovírus encontrado em chipanzés, editado geneticamente e que carrega uma proteína do novo coronavírus.

Neste momento, a coordenação de todo o estudo clínico nacional segue com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), através do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie/Unifesp). Além disso, a pesquisa conta com a parceria da Rede D’Or, que realiza o recrutamento e a aplicação da vacina em Salvador, pelo Hospital São Rafael, e no Rio de Janeiro, pelo Instituto D’OR de Pesquisa e Ensino (IDOR).