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Vacina da gripe protege contra efeitos graves da COVID-19; saiba o porquê

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Julho de 2021 às 13h30

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Gustavo Fring/Pexels
Gustavo Fring/Pexels

No momento em que a distribuição de vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2 é desigual no mundo, favorecendo os países ricos, é importante a descoberta de que a vacina contra a gripe (influenza) pode fornecer proteção significativa contra a COVID-19. Segundo análise norte-americana, o imunizante da gripe pode diminuir a possibilidade de internação hospitalar e, consequentemente, da necessidade de UTI.

O estudo sobre os benefícios da vacina contra a gripe foram anunciados pela equipe da pesquisadora Susan Taghioff, da Escola de Medicina Leonard M. Miller da Universidade de Miami (UMMSM). A partir de uma análise retrospectiva de dados de milhares de pacientes do mundo todo, eles concluíram os benefícios desta imunização, segundo estudo apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID).

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Estudo com a vacina da gripe

No estudo, a equipe de pesquisadores examinou registros eletrônicos de saúde de mais de 70 milhões de pacientes, onde foi possível selecionar 37.377 pessoas que contraíram COVID-19. Participaram do estudo voluntários dos seguintes países: EUA; Reino Unido; Alemanha; Itália; Israel; e Singapura.

Esse montante de 37,3 mil voluntários foi dividido em dois grupos que foram pareados por fatores que poderiam agravar o risco da infecção, como idade, sexo, tabagismo e problemas de saúde pré-existentes (diabetes, obesidade e doenças pulmonares). O primeiro grupo recebeu a vacina contra a gripe, num intervalo de duas semanas até seis meses, antes de serem diagnosticados com a COVID-19. Já o segundo grupo também foi infectado prelo coronavírus, mas não foi imunizado contra a influenza.

Para entender supostas vantagens da imunização da gripe contra o coronavírus, a incidência de 15 resultados adversos, dentro de 120 dias após o diagnóstico positivo para COVID-19, foi comparado entre os dois grupos. Foram analisadas as seguintes complicações: sepse; acidentes vasculares cerebrais; trombose venosa profunda (TVP); embolia pulmonar; insuficiência respiratória aguda; síndrome do desconforto respiratório agudo; artralgia ou dor nas articulações; insuficiência renal; anorexia; ataque cardíaco; pneumonia; visitas ao pronto-socorro; internação hospitalar; internação na UTI; e óbito.

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Descobertas sobre o efeito duplo da vacina

De acordo com a análise, aqueles que não receberam a vacina contra a gripe tinham uma probabilidade significativamente maior — até 20% mais probabilidade — de serem admitidos na UTI. Além disso, a probabilidade era 58% maior de precisar de internação hospitalar. Também foi maior a chance de desenvolver sepse (até 45% mais probabilidade), ter um derrame (até 58% mais probabilidade) e uma TVP (até 40% mais provável). No entanto, o risco de óbito não foi reduzido.

Até o momento, não se sabe exatamente o porquê da vacina contra a gripe fornecer proteção contra a COVID-19, mas o consenso é de que o imunizante estimularia o sistema imunológico inato, ou seja, as defesas gerais do organismo e que não são "feitas" para nenhuma doença específica. Agora, novas pesquisas devem explorar melhor essa ligação positiva.

Fonte: Science Blog