Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

COVID-19 | Por que a vacina ideal para o Brasil está tão longe da realidade?

Por| 03 de Dezembro de 2020 às 14h10

Link copiado!

Ake/Rawpixel
Ake/Rawpixel

Na luta contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), inúmeros países estão desenvolvendo estratégias para a distribuição de uma vacina eficaz e segura para a imunização de suas populações. Nesse cenário, o Reino Unido foi o primeiro país do ocidente a autorizar um imunizante contra a COVID-19, no caso, a vacina desenvolvida pela farmacêutica Pfizer. No entanto, esta fórmula não seria a considerada ideal para o Brasil e nem as outras em estágio avançado de desenvolvimento, segundo o Ministério da Saúde. 

Na terça-feira (1), o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, definiu o que consideraria como a vacina ideal contra a COVID-19 para a distribuição no Brasil. Segundo Medeiros, o perfil desejado deveria promover imunização contra o coronavírus a partir de uma única dose e poder ser armazenada em temperaturas de 2°C a 8°C.

Continua após a publicidade

“O que nós queremos de uma vacina? Qual o perfil de uma vacina desejada? Claro, que ela confira proteção contra a doença grave e moderada, que ela tenha elevada eficácia, que ela tenha segurança, que ela seja capaz de fazer uma indução da memória imunológica, que ela tenha possibilidade de uso em diversas faixas etárias, e em grupos populacionais”, defendeu o secretário.

“E que idealmente ela seja feita de dose única, embora muitas vezes isso, talvez, não seja possível, só seja possível em mais de uma dose, mas fundamentalmente que ela seja termoestável por longos períodos, em temperaturas de dois a oito graus. Por quê? Porque a nossa rede de frios, nessas 34 mil salas, é montada e estabelecida com uma rede de frios de aproximadamente 2°C e 8°C", completou Medeiros.

Nessas condições ideais, há apenas uma vacina em testes no país,que é aplicada a partir de dose única. Em questão, é o imunizante desenvolvido pela farmacêutica da Johnson & Johnson, a Janssen. Entretanto, a fórmula que utiliza um adenovírus editado geneticamente  está na fase 3 de testes, mas ainda não anunciou os seus dados preliminares de eficácia e segurança.

Vacina da Pfizer não vale?

Continua após a publicidade

De acordo com a descrição do imunizante ideal contra a COVID-19, nem a vacina desenvolvida pela Pfizer, nem o imunizante da Moderna, outra farmacêutica americana que trabalha com a mesma tecnologia de mRNA, seriam interessantes para o país. Isso porque precisam ser armazenadas a -70ºC e -20ºC, respectivamente. Além disso, ambas são aplicadas em duas doses.

No entanto, Medeiros não descarta a hipótese de compra de imunizantes que fujam deste padrão, incluindo as vacinas produzidas pela Pfizer e pela Moderna, que já concluíram suas pesquisas e estão em fase de registro com as autoridades sanitárias dos EUA e da Europa. No caso específico da Pfizer, a vacina recebeu no início da semana aprovação das autoridades de saúde do Reino Unido.

Para a pasta, é possível ainda que se estabeleça a compra de doses da vacina da Pfizer a partir de um acordo comercial com a farmacêutica. Inclusive, o braço da empresa brasileira já oferece alternativas para o armazenamento seguro da vacina. Além disso, a fórmula da Moderna poderá ser adquirida a partir do programa COVAX Facility, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que propõe a distribuição igualitária das vacinas entre o globo.

Continua após a publicidade

Distribuição de vacinas

Nesse cenário, nem a principal aposta do Ministério da Saúde se adequaria. Isso porque a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca demanda duas doses para a imunização completa. Por outro lado, pode ser armazenada em temperaturas de 2°C e 8°C. Nesta fórmula, o governo já investiu cerca de R$ 2 bilhões para comprar 100 milhões de doses e equipar a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para produção nacional do imunizante.

Vale lembrar que a vacina CoronaVac — desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac —  também não entraria nos planos de "perfil desejado". Afinal, o produto precisa aplicado em duas doses para promover a imunização completa contra a COVID-19. Além disso, o Ministério ainda não confirmou o interesse na aquisição da droga.

Fonte: Estadão e Folha de São Paulo