Vacina contra covid-19 pode afetar a menstruação, segundo novo estudo
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 19 de Julho de 2022 às 14h01
Por mais que a vacina contra covid-19 não interfira no ciclo menstrual em si, um novo estudo publicado na revista Science Advances na última sexta (15) aponta que a fórmula pode tornar o sangramento mais intenso. O artigo se desdobrou através de um questionário realizado em 2021, com direito a 39 mil respostas.
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Os cientistas observaram que 42% das participantes reportaram maior sangramento na menstruação após a vacinação contra a covid-19, enquanto 44% das participantes não perceberam alterações e 14% perceberam um nível de sangramento mais leve.
Entretanto, os autores do artigo notaram que parte das participantes que relataram maior sangramento também apresentaram febre ou fadiga após a imunização. Além disso, as participantes férteis, que já estiveram grávidas ou que passaram por um parto relataram mais casos de alterações no fluxo.
Outra observação do artigo foi que algumas participantes não menstruavam constantemente, mas descreveram sangramento após tomar uma dose da vacina contra a covid-19. As participantes que se encaixam nessa categoria foram separadas em três grupos: as que já passaram pela menopausa, as que utilizavam anticoncepcionais e as transgêneros que fazem uso de tratamento hormonal.
Com a análise, foi possível perceber que 50% das mulheres na pós-menopausa e das usuárias de anticoncepcional observaram um escape de sangramento após a vacinação. No caso das transgêneros, em média um terço delas relatou o sangramento.
Conforme comenta o estudo, as alterações no sangramento ocorreram até sete dias após a vacinação. Algumas participantes, no entanto, relataram as mudanças por até duas semanas. Ainda assim, não foi possível firmar uma relação direta entre vacina contra covid-19 e menstruação: para que se consiga as evidências científicas suficientes, mais estudos são necessários.
Algumas teorias dos pesquisadores apontam que, como algumas vacinas podem causar reações inflamatórias de curto prazo, isso poderia influenciar o fluxo da menstruação. De qualquer forma, vale apontar que essas alterações relatadas no estudo não representaram um perigo à saúde.
Fonte: Science Advances