Vacina contra câncer de mama é segura para humanos, aponta estudo
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Nos Estados Unidos, pesquisadores desenvolvem uma potencial vacina contra o câncer de mama. Em testes de Fase 1, o imunizante desencadeou a produção de células de defesa, os linfócitos T, que podem combater este tipo de tumor. A fórmula também demostrou ser segura para o uso em humanos, com efeitos colaterais leves.
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Publicado na revista científica JAMA Oncology, o estudo que demonstrou a segurança da vacina contra o câncer de mama para humanos foi liderada por pesquisadores da University of Washington Medicine e da Fred Hutchinson Cancer Center.
Independente dos resultados iniciais serem promissores, é preciso lembrar que, no momento, a vacina contra o câncer completou, com sucesso, apenas a primeira fase dos estudos clínicos. Antes de chegar ao mercado, os cientistas terão que verificar os benefícios em mais duas etapas.
Quando usar a vacina experimental contra o câncer de mama?
Em fase de testes, a vacina experimental contra o câncer de mama é baseada no DNA. Dessa maneira, a fórmula carrega um plasmídeo — moléculas de DNA — com genes que codificam um antígeno imunogênico de interesse para este tipo de tumor. No caso, age contra a proteína HER2, comum a alguns tipos de câncer.
Para entender, "algumas células de câncer de mama têm um nível mais alto do que o normal de uma proteína chamada HER2 em sua superfície, o que as estimula a crescer. Isso é conhecido como câncer de mama HER2+", detalha a iniciativa Breast Cancer Now, uma das financiadoras da pesquisa, em artigo.
Isso significa que, no momento, as pesquisas focam neste tipo específico de câncer de mama. Embora pareça algo restritivo, 1 em cada 5 casos de cânceres de mama invasivos testam positivo para o HER2. É possível saber se a paciente se enquadra nesta definição, através de uma biópsia do tumor.
Como funciona a potencial vacina contra o câncer de mama?
Dentro do organismo do paciente, a potencial vacina contra o câncer de mama estimula o sistema imunológico a produzir linfócitos T específicos contra a proteína HER2, presente na membrana de tumores invasivos. É como se as células T caçassem os vestígios do câncer no corpo, após o tratamento inicial, diminuindo a possibilidade de retorno (reincidência) da doença. Aqui, a fórmula não é usada na chave da prevenção, mas do controle.
Onde está a pesquisa para o novo tratamento oncológico?
No estudo de Fase 1 da vacina contra o câncer de mama, os pesquisadores observaram as reações do organismo de 66 pacientes, diagnosticados com o câncer de mama HER2+. A idade média era de 51 anos. Nas análises, foi possível identificar a produção duradoura das células de defesa contra este tipo de tumor, após três doses da fórmula intravenosa.
Além disso, os efeitos adversos mais comuns associados à injeção foram: sintomas gripais (33% dos voluntários) e fadiga (36%). Agora, o próximo passo da pesquisa é concluir, com sucesso, o estudo de Fase 2, onde um grupo maior de participantes é recrutado.
Fonte: Jama e Breast Cancer Now