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Vacina contra artrite reumatoide dá certo em laboratório e pode virar realidade

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Outubro de 2021 às 18h17

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Rthanuthattaphong/Envato Elements
Rthanuthattaphong/Envato Elements

Na busca por alternativas para pessoas que sofrem com artrite reumatoide — uma doença autoimune que causa dor e, no momento, não pode ser curada —, pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram uma potencial vacina contra a condição. Em testes pré-clínicos, o imunizante promoveu melhora na qualidade óssea dos animais e pode trazer benefícios de longo prazo para os vacinados, apostam os cientistas envolvidos.

De acordo com os pesquisadores da Universidade de Toledo, a potencial vacina pode ajudar tanto na prevenção da artrite quanto no tratamento, caso demonstre os mesmos benefícios em humanos. Publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o estudo pode inaugurar um novo capítulo no campo de pesquisa da artrite reumatoide e de outras doenças autoimunes.

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Não existe cura para artrite reumatoide, apenas tratamento

Vale lembrar que artrite reumatoide é uma das doenças autoimunes mais comuns e a condição tende a ocorrer quando o sistema imunológico do corpo ataca os tecidos saudáveis de um indivíduo, principalmente o revestimento das articulações das mãos, pulsos, tornozelos e joelhos. 

De acordo com os pesquisadores da potencial vacina, a doença pode afetar até 1% da população global, o que equivale a 90 milhões de pessoas no mundo. “Apesar de sua alta prevalência, não há cura e não sabemos inteiramente o que a provoca. Isso é verdade para quase todas as doenças autoimunes, o que torna o tratamento ou a prevenção delas tão difícil ”, explica a cientista e professora da Faculdade de Medicina e Ciências da Vida da Universidade de Toledo, Ritu Chakravarti. 

“Se conseguirmos colocar esta vacina na clínica com sucesso, seria revolucionário”, pontua a principal autora do estudo. No entanto, outros estudos ainda devem ser necessários para que a fórmula contra a artrite reumatoide esteja disponível no mercado. 

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Potencial vacina contra a artrite

Por anos, Chakravarti estudou uma proteína chamada 14-3-3-zeta e seu papel em patologias imunológicas. Inicialmente, os cientistas entendiam que esta proteína era um potencial gatilho para a artrite reumatoide, só que a prática mostrou o oposto. Em outras palavras, a ausência dessa proteína, induzida em estudos com modelos animais, causou artrite precoce e severa nos animais.

A partir desse novo entendimento, a equipe de pesquisadores começou os testes com a potencial vacina contra a artrite reumatoide, procurando aumentar a concentração da proteína no organismo. Dessa forma, a proteína foi cultivada em uma célula bacteriana, depois purificada e, por fim, envasada com outros compostos que garantiam a estabilidade da fórmula.

Segundo os autores, a vacina promoveu uma resposta forte e imediata — mas também duradoura — do sistema imunológico inato do corpo, fornecendo proteção contra a doença autoimune. Pelo menos, estes foram os efeitos observados nos roedores. Além de suprimir o desenvolvimento de artrite, a vacina também melhorou a qualidade óssea, o que pode indicar benefícios a longo prazo após a imunização.

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“Para nossa feliz surpresa, a artrite reumatoide desapareceu, totalmente, nos animais que receberam a vacina”, afirmou Chakravarti. “Às vezes, não há maneira melhor do que serendipidade [descobertas feitas pelo acaso]. Aconteceu de chegarmos a um resultado errado, mas acabou sendo o melhor resultado. Esses tipos de descobertas científicas são muito importantes neste campo”, comenta a cientista.

“Há muitos anos não fazemos grandes descobertas para tratar ou prevenir a artrite reumatoide”, completa Chakravarti. Agora, os pesquisadores aguardam o pedido de patente da descoberta e buscam firmar parcerias com a indústria farmacêutica para apoiar estudos de segurança e eficácia em humanos.

Para conferir o estudo completo com roedores e a potencial vacina contra artrite reumatoide, publicado na revista científica PNAS, clique aqui.

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Fonte: SciTechDaily