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Usa maquiagem? Ingredientes nocivos e ocultos podem atacar sua saúde

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Junho de 2021 às 18h40

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Grande parte dos produtos de beleza, de modo geral, possui em sua composição ingredientes nocivos à saúde, e alguns deles já chegaram a ser banidos em determinados países. Agora, de acordo com um novo estudo, maquiagens podem contar com substâncias controversas que não estão listadas nos rótulos.

Os produtos químicos em questão são as substâncias perfluoroalquil e polifluoroalquil (PFAS), que já são temas de discussão científica em relação aos danos causados não só à saúde humana, como também ao meio ambiente. No estudo, que foi publicado na revista científica Environmental Science and Technology Letters, os cientistas explicam as consequências dos ingredientes nos produtos de maquiagem.

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Problemas de saúde

Graham Peaslee, autor principal do estudo, conta que os produtos aplicados ao redor dos olhos e da boca contam com potencial de serem absorvidos pela pele e pelo canal lacrimal, assim como de inalação ou ingestão. "Os PFAS são produtos químicos persistentes e, quando entram na corrente sanguínea, permanecem lá e se acumulam. Também há o risco adicional de contaminação ambiental associada com a fabricação e descarte desses produtos, o que pode acabar afetando mais pessoas", diz o cientista.

Estudos já realizados com as PFAS mostram que as substâncias podem interferir no sistema reprodutivo, causar problemas hepáticos, renais, imunológicos, além de desencadear a formação de tumores. A maioria das pesquisas sobre os componentes são parte de estudos epidemiológicos em populações expostas a eles através da água potável contaminada.

Uma das últimas descobertas sobre o tema, realizada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, apresenta consequências na saúde, como o aumento de níveis de colesterol, distúrbios de hormônios da tireoide e complicações no sistema imunológico, além do nascimento de bebês com baixo peso. Para um tipo específico de FPAS, o PFOA, há indícios também de mutação celular (câncer). 

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A pesquisa

Na pesquisa em questão, realizada entre os anos de 2016 e 2020 no Canadá e nos Estados Unidos, os pesquisadores testaram 231 produtos cosméticos que contam com flúor, mas ressaltando que não se trata daquele recomendado para os dentes. Os cientistas explicam, então, que produtos com altos níveis de flúor são os mais prováveis a contarem com as PFAS. 

Segundo o estudo, os produtos que mais contavam com flúor foram as bases (63%), produtos para os olhos (58%), máscaras de cílios (47%) e produtos para os lábios (55%). Mais de três quartos das máscaras de cílios à prova d'água e cerca de dois terços de batons líquidos, inclusive, contavam com uma alta concentração do componente. Os pesquisadores descobriram que os produtos mais propensos a contar com as substâncias são aqueles que prometem um resultado prolongado por serem resistentes a água e óleo. A descoberta é justificada pelo uso das PFAS em panelas antiaderentes e em tecidos que repelem líquidos, o que também já foi tema de polêmica.

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Segundo informações da FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador norte-americano, as PFAS costumam ser usadas pela indústria com a promessa de trazer um efeito suavizante e condicionante à pele, ou ainda para modificar a consistência e a textura dos produtos. Nenhum dos itens testados, no entanto, listam nos rótulos a possibilidade de conterem PFAS, o que pode significar a existência de uma lacuna nas leis de rotulagem dos países analisados.

"O estudo identifica apenas uma fonte potencial de exposição ao PFAS, mas não significa que o consumidor deva fazer algo além do que ler os rótulos dos produtos que compram", diz Peaslee. A análise completa está disponível para consulta online neste link.

Fonte: IFL Science