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Universidade da Dinamarca ostenta polêmica coleção com quase 10 mil cérebros

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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DS stories/Pexels
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Existe uma universidade dinamarquesa chamada Syddansk Universitet que ostenta uma excêntrica coleção com quase 10 mil cérebros preservados em formol. Ao todo, são 9.479 órgãos de pacientes diagnosticados com esquizofrenia, demência, transtorno depressivo maior, entre outras condições.

Preservada em formalina em grandes baldes brancos rotulados com números, a coleção foi o trabalho da vida do psiquiatra dinamarquês Erik Stromgren. Foi iniciada em 1945 como uma "espécie de pesquisa experimental, sob a premissa de descobrir onde as doenças mentais estavam localizadas".

Mas há uma polêmica nisso: os cérebros foram coletados após autópsias realizadas nos corpos de pessoas internadas em institutos psiquiátricos em todo o país, sem o consentimento da pessoa em questão ou mesmo de seus familiares. Na época, os direitos dos pacientes não eram uma preocupação.

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A evolução dos procedimentos post-mortem e a crescente conscientização dos direitos dos pacientes anunciaram o fim de novas adições à coleção em 1982, e com os anos, houve um debate sobre o que deveria ser feito. O conselho de ética local decidiu que deveria ser preservado e usado para pesquisas científicas.

Conforme aponta a própria universidade em seu site, a coleção contém cérebros de pessoas que nunca receberam nenhum tratamento médico moderno. Estudando esses cérebros, os pesquisadores são capazes de investigar o efeito do tratamento moderno.

"Muitos estudos científicos requerem apenas tecidos de alguns indivíduos ou grupos de 10 a 20 indivíduos. No entanto, ao selecionar os sujeitos, os diagnósticos psiquiátricos, bem como fatores como sexo, idade, curso da doença, tratamento e comorbidades devem ser levados em consideração. Assim, a amostragem de casos de um grande conjunto de assuntos é benéfica, especialmente quando grupos correspondentes são necessários para comparação", defende a universidade.

A página sobre a coleção com quase 10 mil cérebros ainda diz que "apenas poucos cérebros para escolher são frequentemente um fator limitante na pesquisa. Portanto, o grande número de cérebros na coleção é importante — mesmo que apenas tecidos de relativamente poucos sejam examinados."

Fonte: SDU, Science Alert