Publicidade

Todas as células do sistema imune humano pesam o mesmo que um abacaxi

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

Compartilhe:
 Martin Sanchez/Unsplash
Martin Sanchez/Unsplash

Pela primeira vez, pesquisadores realizaram um vasto censo do sistema imune humano, através do qual foi possível descobrir quantas células imunológicas existem no corpo, quais são as mais comuns e quanto todas elas pesam. Curiosamente, se as trilhões de células imunes fossem somadas individualmente, teriam o peso de um abacaxi grande, estimado em 1,2 kg.

O estudo sobre os detalhes inusitados do sistema imunológico foram liderados por cientistas do do Instituto Weizmann de Ciência e do Hospital Infantil Edmond e Lily Safra, ambos em Israel, e publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Para chegar a suas conclusões sobre o peso das células que compõem o sistema imune, os autores recorrem a três principais fontes: literatura científica já disponível, análise de novas imagens celulares e simulações computacionais.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

O que é sistema imune?

Para não deixar dúvidas, vale pontuar que a função do sistema imune é proteger o corpo contra patógenos e substâncias estranhas, o que inclui vírus, bactérias, fungos e até toxinas. Quando a imunidade está boa, o risco de adoecer é normalmente baixo.

Em busca de proteger o corpo contra todos os tipos de invasores, o sistema imunológico conta com uma rede complexa de células e tecidos, distribuídos por todo o corpo do indivíduo. Entre os órgãos mais importantes, estão: a medula óssea, os gânglios linfáticos e o baço. No entanto, o fígado e mesmo os pulmões atuam nessa rede protetora.

Quantas células imunológicas uma pessoa tem?

Para determinar quantas células imunológicas uma pessoa tem e quantos quilogramas a soma delas pesaria, os cientistas estabeleceram três perfis diferentes para as simulações estatísticas:

  • Homem adulto: com idade entre 20 e 30 anos, um homem tem cerca de 1,8 trilhão de células imunes no seu corpo. Considerando que ele pesa 73 kg, o sistema imunológico seria responsável por 1,2 kg — o equivalente a um abacaxi;
  • Mulher adulta: em um jovem adulta, de 60 kg, existem cerca de 1,5 trilhão de células imunes, pensando cerca de 1 kg;
  • Criança: em uma criança com 10 anos e 32 kg, é estimada a existência de 1 trilhão de células imunes, que pesam 0,6 kg.

Quais as células mais comuns?

Continua após a publicidade

No censo sobre o sistema imunológico, os pesquisadores israelenses também descobriram quais eram as células imunes mais comuns. Por exemplo, os linfócitos constituem aproximadamente 40% do número total dessas células, mas equivalem apenas a 15% da massa. Eles estão localizados principalmente nos gânglios linfáticos e no baço.

Em paralelo, os neutrófilos também equivalem a cerca de 40% do total de células e, novamente, pesam apenas 15% do total. A diferença com os linfócitos, além da função, é no local em que residem, já que são encontradas majoritariamente no baço.

Agora, os macrófagos — presentes na maioria dos tecidos e também comuns nos tumores, em casos de câncer de mama, por exemplo — representam 10% das células do sistema imunológico. Por outro lado, contribuem com quase 50% da massa celular total do sistema imunológico devido ao seu grande tamanho. Para fechar esta conta, entram as células dendríticas, mastócitos e outros tipos de células menos recorrentes.

Continua após a publicidade

Curiosidade sobre o fígado

Entre as descobertas curiosas do estudo, está o fato do fígado desempenhar um importante papel nas defesas imunes do corpo. Isso porque, considerando um fígado padrão de 1,8 kg, 6% de sua massa é composta por células imunológicas.

O fato, segundo os autores, “está alinhado com a noção de que, para além das suas funções metabólicas e de desintoxicação, o fígado serve como uma barreira imunitária de primeira linha”. Inclusive, parece mais importante que o intestino e outros órgãos nesse tipo de proteção, o que ainda deve ser analisado em pesquisas futuras.

Fonte: PNAS