Terapia genética experimental dobrou a vida de roedores em idade avançada

Cientistas da startup norte-americana Rejuvenate Bio anunciam ter dobrado o tempo de vida de roedores idosos, após tratamento inédito com terapia genética. Embora promissora, a pesquisa com a nova técnica é preliminar e a equipe ainda está longe do tão sonhado elixir da juventude eterna.

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Por enquanto, os pesquisadores dos Estados Unidos publicaram apenas um preprint — versão preliminar — do estudo científico na plataforma BioRxiv. Dessa forma, os dados disponibilizados não passaram pela revisão de outros cientistas e ainda não se sabe quais são as potenciais implicações da terapia genética para o organismo dos animais. Por exemplo, é possível que aumente o risco de câncer.

Apesar das questões envolvidas, os autores do estudo estão otimistas. "Com base em nossos novos estudos de prova de conceito em uma população de roedores extremamente envelhecida e estudos anteriores em animais mais jovens, vislumbramos o rejuvenescimento terapêutico em seres humanos idosos, primeiro em contextos específicos de doenças relacionadas à idade e, posteriormente, para saúde terapêutica e extensão da vida útil", afirmam no preprint.

Como a terapia gênica dobrou o tempo de vida dos roedores?

A terapia genética consiste na aplicação de uma espécie de injeção em roedores idosos — com cerca de 124 semanas de vida. Em idade humana, as cobaias teriam aproximadamente 80 anos. Segundo os cientistas, o composto carrega um vírus modificado em laboratório que inclui e corrige genes do código genético do animal, aumentando a expectativa média de vida.

No experimento, os roedores que receberam o medicamento viveram, em média, por mais 18 semanas. Enquanto isso, no grupo controle — os animais que não receberam a injeção —, o tempo de vida caiu para apenas nove semanas. No momento da aplicação, o tratamento dobrou a vida do animal. Só que, no geral, o aumento da expectativa de vida total foi de cerca de 7%.

"Esta é uma tecnologia poderosa e aqui está a prova de conceito", pontua Noah Davidson, CEO da Rejuvenate Bio e um dos autores do estudo, para o site MIT Tech Review. "É realmente algo que podemos fazer em nossa população idosa", acrescenta sobre as expectativas da tecnologia.

"Até onde sabemos, mostramos pela primeira vez uma extensão da vida média restante em roedores extremamente velhos", completam os autores do estudo. Agora, a ideia é aprofundar as pesquisas nesta área e, um dia, o tratamento deve ser testado em humanos idosos, se os resultados continuarem promissores.

Fonte: BioRxiv e MIT Technology Review