SUS vai usar robô controlado por cirurgião para oferecer prostatectomia radical
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

O Sistema Único de Saúde (SUS) dará um importante passo na modernização do tratamento do câncer de próstata: a incorporação da prostatectomia radical assistida por robô (PRAR). A decisão foi oficializada por portaria da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico Industrial da Saúde (Sectics), vinculada ao Ministério da Saúde, com base na recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).
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A prostatectomia radical é uma cirurgia que remove completamente a próstata e as vesículas seminais, com o objetivo de eliminar o tumor e reduzir o risco de recorrência. Agora, com o auxílio robótico, o procedimento promete mais precisão, menos complicações e uma recuperação mais rápida.
Segundo o relatório da Conitec, a tecnologia utiliza um robô controlado por um cirurgião, permitindo movimentos mais delicados e exatos durante a operação. O sistema avaliado foi o Da Vinci Surgical System, fabricado pela Intuitive Medical, dos Estados Unidos, atualmente o único dispositivo registrado na Anvisa e autorizado para uso no Brasil.
Os estudos analisados pela Conitec mostraram redução em até 83% da necessidade de transfusão de sangue em comparação à cirurgia aberta. Também houve menos complicações graves e melhor preservação das funções urinária e sexual.
Outro ponto relevante é a recuperação pós-operatória mais rápida. Um paciente participante da consulta pública da Conitec, médico urologista de 69 anos, relatou que recebeu alta no dia seguinte à cirurgia e retomou suas atividades normais em apenas 17 dias. “Não senti nenhuma dor no pós-operatório e já voltei a trabalhar e a fazer exercícios físicos normalmente”, disse o representante, que elogiou a iniciativa de incorporação da tecnologia no SUS.
Custo da cirurgia
Do ponto de vista econômico, a análise da Conitec mostrou que o custo da PRAR varia conforme o volume de cirurgias realizadas por ano. Em cenários com maior número de procedimentos (acima de 400 anuais), a cirurgia robótica pode gerar economia de até R$ 115 milhões em cinco anos para o SUS. Isso se deve à menor necessidade de internações prolongadas, transfusões e complicações.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Rodrigo Nascimento Pinheiro, destacou que a incorporação da cirurgia robótica representa um avanço na equidade do tratamento oncológico no Brasil. “Reconhecemos o esforço da equipe técnica em promover equidade no tratamento e assegurar que mais pacientes possam se beneficiar dos melhores cuidados disponíveis”, afirmou.
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Fonte: Agência Brasil, Conitec