Subvariantes BA.4 e BA.5 predominam nos EUA e crescem no Brasil
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Nos Estados Unidos, duas subvariantes da Ômciron, a BA.4 e a BA.5, já se tornaram predominantes, segundo o último relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), divulgado na terça-feira (28). No Brasil, o cenário epidemiológico é diferente, conforme apontam os levantamentos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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Entre os norte-americanos, a subvariante BA.4 representa 15,7% dos novos casos de infecções pelo coronavírus SARS-CoV-2. No caso da BA.5, esta é a cepa presente em 36,6% dos diagnósticos. Somando as duas, elas já representam 52% dos casos. Segundo o CDC, a tendência é que esta porcentagem aumente nas próximas semanas.
Vale lembrar que as duas subvariantes da Ômicron foram identificadas pela primeira vez há menos de seis meses, na África do Sul. Em muitos países, ambas já superaram a cepa que era anteriormente predominante, a BA.2. Até agora, nenhuma evidência aponta para o fato das subvariantes serem mais infecciosos ou que são capazes de reduzir a efetividade das vacinas mais que a Ômicron.
Alta de casos nos EUA com as subvariantes
Nas últimas semanas, os EUA enfrentam uma nova onda de casos da covid-19. Em média, 100 mil infecções são detectadas por dia, segundo levantamento do jornal The New York Times. Além do número elevado, os especialistas apontam para o risco de subnotificação, já que nem todos com sintomas gripais são testados.
Na segunda-feira (27), a taxa de hospitalizações no país estava 6% maior que nas últimas duas semanas. A média é de 31 mil novas internações por dia, mas o número de óbitos não acompanhou o recente salto. Nas últimas 24 horas, foram 377 mortes. E esta alta é associada com as subvariantes BA.4 e BA.5.
“Na minha opinião, 250 mortes por dia ainda é muito”, defendeu Rochelle Walensky, diretora do CDC, na última semana. Segundo ela, a maioria dos óbitos está relacionada a pessoas idosos ou com comorbidades. Outro grupo bastante afetado é o daqueles que não quiseram se imunizar contra a covid-19. Por lá, já se discute a próxima campanha de vacinação, que deve incluir fórmulas atualizadas contra a Ômicron.
E a situação da covid no Brasil?
No Brasil, a subvariante BA.2 ainda é a predominante, segundo o último relatório da Rede Genômica Fiocruz. Divulgada na sexta-feira passada (24), a análise investigou as cepas mais frequentes nas amostras da covid-19 coletadas entre os dias 3 a 16 de junho.
Em abril, a BA.2 foi identificada em 70% dos genomas e manteve a liderança no novo levantamento. Em seguida, estão as cepas BA.1 e BA. 1.1. No entanto, começa a despertar a atenção as BA.4 e BA.5, mas a incidência é ainda muito pequena.
Nos últimos 14 dias, as unidades da Fiocruz sequenciaram 1.055 genomas. Deste total, 29 mostras correspondiam à cepa BA.4. Enquanto isso, 89 genomas pertenciam à BA.5. Apesar do baixo impacto, é possível notar o crescimento de ambas quando se analisa o penúltimo relatório, que cobre o período entre os dias 20 de maio a 2 de junho. Na época, foram coletados apenas seis genomas da BA.4 e 13 da BA.5.
Fonte: NYT e Agência Fiocruz