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SRAG em crianças está em alta no Brasil; motivo ainda é a covid?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Março de 2022 às 08h30

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DC_Studio/Envato Elements
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Desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um levantamento da ferramenta InfoGripe aponta para o aumento de casos semanais da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças. Vale explicar que a condição pode ser desencadeada por quadros graves da covid-19 e de outros vírus respiratórios.

O novo boletim, divulgado na sexta-feira (24), aponta para duas principais questões: aumento no número de casos de SRAG entre crianças de 0 a 11 anos; e interrupção no movimento de queda de casos da covid-19 naqueles que têm de 5 a 11 anos.

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Paralelo ao atual cenário da covid-19, governos estaduais e municipais têm decretado o fim da maioria das medidas para conter a transmissão do coronavírus SARS-CoV-2, como o uso de máscaras em ambientes fechados. Por exemplo, em salas de aula, o item não é mais obrigatório em muitos locais, como em São Paulo.

O que sabemos sobre os casos de SRAG em crianças?

No último boletim da plataforma InfoGripe, foi observado um aumento de cerca de 77% na média móvel de novos de casos semanais da SRAG em crianças de 0 a 4 anos, independentemente do tipo vírus associado, ao longo de fevereiro e março. Em números, do início de fevereiro até o dia 19 de março, o total de casos passou de 970 para cerca de 1.870 por semana.

Agora, entre aqueles que têm entre 5 e 11 anos, o aumento na média móvel no mesmo período foi de 216%. Foram cerca de 160 casos semanais para uma média estimada em 506 casos semanais. Neste grupo, casos associados à covid-19 voltam a crescer.

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É covid ou outro vírus respiratório?

Nas faixas analisadas, a covid-19 ainda é o motivo predominante que leva à SRAG na maioria das crianças, segundo o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe. A exceção é para aqueles entre 0 e 4 anos, onde casos do vírus sincicial respiratório (VSR) estão em alta e a covid-19 vive momento de baixa.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, esta foi a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios em crianças:

  • Covid-19: 73,8%;
  • VSR: 15,8%;
  • Influenza A: 1,3%;
  • Influenza B: 0,3%.
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Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi a seguinte:

  • Covid-19: 98,5%;
  • VSR: 0,1%;
  • Influenza B: 0,1%;
  • Influenza A: 0,0%.

Para entender: o VSR pertence ao gênero pneumovírus. Segundo a Fiocruz, "é um dos principais agentes de infecção aguda nas vias respiratórias em crianças pequenas, que pode afetar os brônquios e os pulmões. É responsável pela bronquiolite aguda e pneumonia".

Fonte: Agência Fiocruz e Boletim InfoGripe