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Síndrome de Guillain-Barré é contagiosa?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Julho de 2023 às 10h23

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GeorgeRudy/Envato
GeorgeRudy/Envato

Nesta semana, as autoridades de saúde do Peru declararam estado de emergência sanitária em decorrência de um surto atípico da Síndrome de Guillain-Barré. Como o país faz fronteira com o Brasil nos estados do Acre e do Amazonas, é válido se questionar se a condição neurológica que pode provocar paralisia é contagiosa.

Segundo especialistas, a Síndrome de Guillain-Barré não é contagiosa, o que limita o risco de transmissão. As principais formas de contrair a doença são infecções por bactérias ou vírus anteriores, além de raros casos de pós-vacinação. Por enquanto, o Ministério da Saúde do Peru não confirmou a exata causa do surto em andamento.

Entenda o que é a Síndrome de Guillain-Barré

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Antes de seguir, vale entender o que é a Síndrome de Guilain-Barré. É uma condição autoimune rara na qual o organismo ataca parte do sistema nervoso. Em termos mais técnicos, é a produção anormal de anticorpos que causam danos ao envoltório natural dos nervos periféricos, conhecido como bainha de mielina.

A ação dos anticorpos faz com que os impulsos nervosos sejam transmitidos de forma muito lenta, através dos nervos. É justamente essa lentidão que desencadeia os sintomas característicos, como a dormência dos membros e até mesmo a paralisia. Todo esse descompasso é provocado por um evento anterior que, na maioria dos casos, é uma bactéria ou um vírus, capaz de desregular o sistema imune.

Síndrome de Guillain-Barré é contagiosa?

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Conforme aponta a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Síndrome de Guillain-Barré não é transmissível e nem contagiosa entre as pessoas. Por isso, o atual surto do Peru ainda deve ser controlado, sem maiores danos após se confirmar a origem do quadro.

Inclusive, o Ministério da Saúde do Peru reforça o fato da condição não ser contagiosa. “A síndrome de Guillain-Barré não é transmitida de pessoa para pessoa, pois é uma doença rara que afeta os nervos que controlam o movimento dos braços e pernas”, destaca, em nota.

Condição neurológica deixa sequelas?

A Síndrome de Guillain-Barré pode provocar casos de incapacidade de movimentação ou mesmo de completa paralisação dos membros, da face, da musculatura da deglutição, da fonação e dos músculos respiratórios. Por isso, alguns pacientes precisam ser internados, necessitando de ventilação mecânica.

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Em média, a condição evolui por um período que vai de 2 a 4 semanas e, em seguida, se estabiliza. Na maioria dos casos, a pessoa se recupera, mas, segundo a Fiocruz, em 15% dos casos há alguma sequela persistente.

Entenda o surto de Guillain-Barré no Peru

No atual surto, o Peru já confirmou 182 casos, sendo que 31 pacientes ainda estão internados. Do total, 4 óbitos foram relatados pelas autoridades locais. Em média, os indivíduos com a Síndrome de Guillain-Barré têm 41 anos, sendo a maioria homens.

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As investigações para confirmar as origens do surto no Peru ainda estão em andamento, mas dados preliminares aponta que pelo menos 11 pacientes tinham sido, anteriormente, infectados pela bactéria Campylobacter jejuni, conhecida por desencadear quadros de diarreia, segundo o relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas.

Em 2019, o Peru também reportou outro surto atípico da condição neurológica. Na ocasião, as autoridades concluíram que a emergência de saúde estava associada à presença da bactéria Campylobacter jejuni — o mesmo agente infeccioso que pode ser o “vilão” do atual surto.

Fonte: Agência Fiocruz, Ministério da Saúde do Peru e OPAS