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SARS-CoV-2 consegue alterar o RNA das células infectadas

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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photocreo/Envato
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Um estudo publicado na revista Frontiers in Cellular and Infection Microbiology destacou a capacidade do SARS-CoV-2 em alterar o padrão de funcionamento dos RNAs das células infectadas. Para chegar a essa informação, os pesquisadores analisaram o epitranscriptoma — conjunto de modificações bioquímicas do RNA dentro de uma célula.

Segundo os autores do estudo, cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a infecção pelo SARS-CoV-2 aumenta no conjunto de RNAs da célula o nível global de metilação do tipo m6A [N6-metiladenosina], em comparação com as células não infectadas.

Conforme comentam os responsáveis pela pesquisa, a metilação é uma modificação bioquímica que ocorre na célula pela ação de enzimas capazes de transferir parte de uma molécula para outra. Isso altera o comportamento de proteínas, enzimas, hormônios e genes. Nos vírus, a metilação regula a expressão das proteínas e defende o patógeno da ação antiviral fabricada pelo organismo hospedeiro.

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Neste último estudo, o grupo analisou o tipo mais comum de modificação de nucleotídeo de RNA, o m6A, que está envolvido na localização intracelular e a capacidade de produzir proteínas.

A equipe também observou que diferentes cepas do vírus têm variações na sequência de bases nitrogenadas que compõem os seus nucleotídeos. Isso indica que algumas cepas podem proliferar melhor dentro das células.

Para conduzir a análise em relação ao SARS-CoV-2, os cientistas da Unifesp usaram um método de sequenciamento direto de RNA chamado Nanopore (Oxford Nanopore Technologies). O aumento de metilação nas células foi mapeado por um programa que usa a tecnologia de aprendizado de máquina. Em seguida, as descobertas foram validadas por um segundo programa, o EpiNano, que usa a técnica de support vector machine (SVM).

Fonte: Frontiers in Cellular and Infection Microbiology via Agência Fapesp