Saiba como o estresse impacta cada sistema do corpo
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
O estresse atua diretamente no cérebro, que desencadeia a liberação de uma cascata de hormônios como cortisol, adrenalina e norepinefrina. Por sua vez, esses hormônios produzem mudanças fisiológicas. Diferentes estudos chegam à conclusão que a condição pode ter repercussão em praticamente todos os sistemas do corpo.
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Segundo os especialistas, essas mudanças fisiológicas, que são conhecidas como resposta ao estresse, são projetadas para ajudar as pessoas a reagir ou lidar com uma ameaça a ser enfrentada. O real problema surge quando essas mudanças acontecem em resposta a situações que não são realmente uma ameaça, como engarrafamentos e conflitos familiares.
Como o estresse impacta o sistema nervoso
Por incrível que pareça, picos de estresse podem ser benéficos a curto prazo, justamente por causa dos hormônios, que acabam melhorando a motivação, a capacidade de foco e desempenho. No entanto, níveis elevados de cortisol, a longo prazo, podem interferir e danificar o hipocampo (uma área fundamental para a função da memória).
O ocorrido também tem potencial para danificar o córtex pré-frontal, relacionado a processos cognitivos que permitem planejar, organizar, resolver problemas e controlar impulsos.
Estresse no sistema cardiovascular
O estresse aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, como uma tentativa de preparar o organismo para lutar ou correr pela sobrevivência. Mas o estresse crônico, que ocorre ao longo de meses a anos, pode levar à hipertensão arterial, adiposidade (acúmulo de gordura), resistência à insulina e maior inflamação sistêmica, segundo o Cardiovascular Imaging Research Center.
Com o tempo, o estresse também pode estreitar vasos sanguíneos e aumentar coágulos, o que por sua vez representa, ainda, o aumento do risco de eventos cardíacos.
Impactos no sistema respiratório
Durante uma situação estressante, há impacto no transporte de oxigênio e dióxido de carbono no sangue. Cientistas alertam que a respiração superficial e rápida indica a necessidade de oxigênio, o que pode levar a sintomas como tontura. Além disso, o estresse pode desencadear ataques de asma.
Segundo um artigo publicado na revista científica Respiratory Medicine, o estresse aumenta a ativação do sistema nervoso simpático e a forma passiva de estresse também foi associada com broncoconstrição leve entre pessoas com asma.
Como o sistema imunológico reage ao estresse
Durante um evento estressante ou período de tempo, os hormônios viajam para o sistema imunológico e têm vários efeitos desreguladores, aumentando uma inflamação, por exemplo. Segundo especialistas, a pessoa estressada ainda libera citocinas pró-inflamatórias, proteínas que afetam a função imunológica. Além disso, a liberação de citocinas pró-inflamatórias pode viajar para o cérebro e aumentar o risco de depressão.
Sistema gastrointestinal
Por fim, o estresse torna o esvaziamento do intestino bem mais lento, o que pode gerar sintomas como enjoo, inchaço ou constipação. Outro fator preocupante é que a condição em questão promove mudanças no microbioma intestinal, afetando a diversidade das bactérias e a função da barreira intestinal, aumentando assim o risco de vazamento do intestino.
Fonte: Plos One, NIH, The Washington Post