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Risco de Alzheimer é quase 50% maior após casos de covid em idosos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Setembro de 2022 às 16h39

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iLexx/Envato
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Passados mais de dois anos da descoberta do coronavírus SARS-CoV-2, o agente infeccioso ainda preserva alguns mistérios para a ciência. Neste semana, cientistas norte-americanos revelaram que, em idosos, o risco de Alzheimer quase dobra após casos da covid-19. O porquê disso ainda precisa ser melhor investigado.

Publicado na revista científica Journal of Alzheimer's Disease, o estudo sobre o risco aumentado de Alzheimer em pessoas com covid-19 foi desenvolvido por pesquisadores da Case Western Reserve University (Cwru), nos Estados Unidos. O aumento da incidência deste tipo de demência é ainda maior para pessoas que têm 85 anos ou mais.

Após analisar dados de 6 milhões de indivíduos, os autores explicam que "pessoas com covid-19 apresentavam risco significativamente maior para o diagnóstico de doença de Alzheimer em 360 dias após o diagnóstico inicial da covid, especialmente em pessoas com idade igual ou superior a 85 anos e em mulheres".

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Entenda a relação entre a covid e o Alzheimer

No estudo, os pesquisadores analisaram dados de 6,2 milhões de pessoas com mais de 65 anos nos EUA — sendo que 400 mil foram infectadas pelo coronavírus —, que passaram por atendimento médico entre fevereiro de 2020 e maio de 2021. Naquele momento, ninguém poderia ter suspeita ou diagnóstico para o Alzheimer.

Segundo os autores do estudo, o risco de um idoso — que não testou positivo para a covid-19 durante o estudo — desenvolver o Alzheimer é de 0,35%. Após casos do coronavírus SARS-CoV-2, esta porcentagem chega a 0,685. Em outras palavras, o risco é quase 50% maior.

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A covid é a causa do problema?

"Os fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença de Alzheimer têm sido pouco compreendidos, mas 'peças' consideradas importantes são infecções anteriores, especialmente infecções virais e inflamação", lembra Pamela Davis, uma das autoras do estudo, em comunicado.

No entanto, os cientistas ainda não sabem se a covid-19 desencadeia os novos quadros de Alzheimer ou se a infecção apenas acelera o surgimento dos sintomas da condição neurodegenerativa. Para confirmar uma das duas possibilidades, mais estudos ainda são necessários.

“Se esse aumento de novos diagnósticos da doença de Alzheimer for mantido, a onda de pacientes com uma doença atualmente sem cura será substancial e poderá sobrecarregar ainda mais nossos recursos de cuidados de longo prazo”, completa Davis.

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Recentemente, pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, também associaram infecções pelo vírus da covid-19 com a maior incidência de casos de demência — aqui, vale lembrar que o Alzheimer é apenas um tipo de demência. Só que, diferente da atual pesquisa, o risco era aumentado, independente da idade.

Fonte: Journal of Alzheimer's DiseaseCwru