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Restrição calórica reduz inflamação e retarda envelhecimento

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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 Louis Hansel/Unsplash
Louis Hansel/Unsplash

Estudo financiado pelo governo dos Estados Unidos sobre longevidade indica que a restrição calórica, o que não deve ser traduzido por “passar fome” e nem por jejum intermitente, tem inúmeros impactos positivos para o corpo. A proposta é especialmente benéfica para indivíduos que estão envelhecendo e tendem a ter níveis elevados de inflamação no corpo. Afinal, isso rejuvenesce os músculos e ativa vias biológicas importantes para uma boa saúde.

Os efeitos positivos de limitar a ingestão de calorias já eram conhecidos em animais, mas faltavam dados sobre o impacto em pessoas, quando adotados por longos períodos — neste caso, dois anos. É o que explicam os pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde (NIH) em artigo publicado na revista científica Aging Cell.

Quantas calorias reduzir diariamente?

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Antes de seguir, é importante reforçar que a restrição calórica é definida como a diminuição de calorias ingeridas ao longo do dia, sem privar o corpo de vitaminas e minerais essenciais. Para fazer isso, diferentes estratégias podem ser adotadas, mas o recomendado é sempre seguir a orientação de um nutricionista para ter uma dieta saudável.

No caso do estudo do NIH relacionado com a longevidade saudável, a ideia original era que os 90 voluntários reduzissem a ingestão calórica diária em 25%, ou seja, um quarto das quantidades consumidas diariamente. Só que, ao longo dos dois anos, a maioria dos participantes não conseguiu alcançar esse objetivo. A redução média foi de 12%, um objetivo mais alcançável e, como observado, bastante benéfico.

Considerando a alimentação diária, “uma redução de 12% na ingestão de calorias é bastante modesta”, explica Luigi Ferrucci, um dos responsáveis pelo estudo, em nota. Apesar de parecer pouco, “esta pequena redução na ingestão de calorias é viável e pode fazer uma grande diferença na sua saúde”, acrescenta.

Estudo sobre restrição calórica

Para identificar os efeitos do menor consumo de calorias, os pesquisadores analisaram pequenas amostras de tecido muscular da coxa coletadas em três momentos: antes da mudança na dieta, após o primeiro ano de restrição alimentar e após o segundo ano de redução.

Impacto de comer menos na saúde

Segundo os autores, a restrição calórica afetou as mesmas vias genéticas em humanos que aquelas observadas nos modelos animais, incluindo ratos e primatas não humanos. Por exemplo, isso ajuda na construção de músculos fortes e estimula a ação de genes relacionados com o envelhecimento saudável.

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Além disso, a menor ingestão calórica regulou positivamente os genes responsáveis ​​pela geração de energia e do metabolismo. Em paralelo, afetou negativamente os genes inflamatórios, levando a uma menor porcentagem de inflamação no organismo do que a normalmente esperada.

“Como a inflamação e o envelhecimento estão fortemente associados, a restrição calórica representa uma abordagem poderosa para prevenir o estado pró-inflamatório que é desenvolvido em muitas pessoas idosas”, completa o cientista Ferrucci sobre a nova estratégia de envelhecimento saudável e de uma boa vida com longevidade.

Fonte: Aging Cell e NIH