Dieta Omad: é seguro fazer uma única refeição por dia?

Na busca por um corpo considerado perfeito, as pessoas se submetem a muitos tipos de dietas, mesmo que não tenham comprovação científica. Entre elas, está a Omad (One Meal a Day Diet, em inglês), que consiste em fazer uma única refeição durante as 24 horas do dia, o que pode ser perigoso para a saúde, segundo especialistas.

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Para entender, a Omad é versão extrema do jejum intermitente, onde a pessoa só pode comer por período específico de horas — só que, neste período, podem entrar diferentes refeições. Estudos preliminares indicam que a nova forma de alimentação ainda mais restritiva reduz a massa magra e a densidade óssea dos indivíduos. Dessa forma, o emagrecimento está longe de ser positivo para o corpo.

"Embora os defensores da Omad digam que seguir a dieta melhora a saúde, na verdade, sabemos muito pouco sobre o efeito no corpo que uma única refeição por dia tem — muito menos se é seguro”, acrescenta Amanda Avery, professora de nutrição na Universidade de Nottingham, na Inglaterra, em artigo para a plataforma The Conversation.

Estudos científicos sobre a dieta Omad

Até o momento, a dieta Omad foi testada em humanos em pequenos experimentos, como em um estudo publicado na revista científica Frontiers in Physiology. Nesta pesquisa, 11 pessoas jovens, saudáveis e magras considerado o Índice de Massa Corporal (IMC) fizeram uma única refeição por dia durante 11 dias. A alimentação estava balanceada e todas as refeições continham a mesma quantidade de calorias.

Após analisar os resultados da intervenção e compará-los com quem faz três refeições por dia, os cientistas concluíram que a dieta é eficaz em reduzir o peso corporal e a massa gorda dos indivíduos. Em um primeiro momento, a ideia que se tem é que a Omad é positiva.

No entanto, “os participantes também tiveram maiores reduções na massa magra e na densidade óssea ao comerem apenas uma refeição por dia”, alerta a professora de nutrição Avery. Em tese, isso poderia levar à redução da função muscular e ao maior risco de fraturas ósseas, se a dieta for seguida por um período mais longo”, acrescenta.

Para obter resultados mais sólidos sobre a segurança desse tipo de dieta, Avery explica que o experimento deveria ser testado em um número maior de pessoas, com perfis mais diversos. Além disso, a dieta deveria ser mantida por mais tempo, buscando entender as consequências para o organismo humano. No atual nível de pesquisa, “a maioria das afirmações de que a Omad funciona são anedóticas”, pontua.

Nas pesquisas com animais, os resultados sobre os benefícios da dieta extremamente restritiva são inconclusivas, já que diferentes estudos apontam para conclusões antagônicas. Em uma das pesquisas, os roedores testados ganharam peso, por exemplo.

Risco para a saúde ao se fazer uma única refeição por dia

A professora Avery também faz um outro alerta para quem busca a dieta Omad: a dificuldade em satisfazer todas as necessidades nutricionais em uma única refeição. Neste ponto, é quase impossível equilibrar a quantidade de proteínas, fibras, minerais e vitaminas, sem apoio de um profissional e de suplementos.

Aqui, vale lembrar que “não ingerir quantidades suficientes desses nutrientes importantes pode levar à perda de massa muscular, prisão de ventre e problemas de saúde intestinal”, afirma Avery sobre questões que são apenas a ponta do iceberg desse tipo de dieta restritiva.

Fonte: The Conversation e Frontiers in Physiology