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Remédio para Hanseníase tem potencial para prevenir COVID-19 grave, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Março de 2021 às 15h50

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Michal Jarmoluk / Pixabay
Michal Jarmoluk / Pixabay

Em meio à luta contra a COVID-19, inúmeras empresas e instituições se concentraram em buscar uma aliada, seja na forma de vacina, seja na forma de medicamento. É o caso de um estudo realizado por cientistas do Sanford Burnham Prebys Medical Discovery Institute e da Universidade de Hong Kong, que aponta potenciais do medicamento clofazimina (normalmente usado contra hanseníase) nas atividades antivirais contra SARS-CoV- 2 e na prevenção de resposta inflamatória exagerada associada a COVID-19 grave.

“A clofazimina é uma candidata ideal para um tratamento da COVID-19. É segura, acessível, fácil de fazer, tomada como uma pílula e pode ser disponibilizada no mundo inteiro", defende o co-autor do estudo, Sumit Chanda, professor e diretor do Programa de Imunidade e Patogênese da Sanford Burnham Prebys.

Com base nas descobertas, publicadas na revista científica Nature, os pesquisadores almejam promover um estudo de Fase 2 avaliando a clofazimina como um tratamento caseiro para COVID-19 assim que possível. “Esperamos testar a clofazimina em um ensaio clínico de Fase 2 o mais rápido possível para pessoas com teste positivo para COVID-19, mas não hospitalizadas. Uma vez que atualmente não há tratamento ambulatorial disponível para esses indivíduos, a clofazimina pode ajudar a reduzir o impacto da doença, o que é particularmente importante agora que vemos novas variantes do vírus emergirem”, acrescenta o co-autor do estudo.

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A equipe relatou que a clofazimina foi uma das 21 drogas eficazes in vitro, e chegou a testar o medicamento em hamsters infectados com SARS-CoV-2. Os cientistas descobriram que a clofazimina reduziu a quantidade de vírus nos pulmões, inclusive quando administrada em animais saudáveis ​​antes da infecção. A droga também reduziu os danos aos pulmões e evitou a resposta inflamatória da doença.

“Os animais que receberam clofazimina tiveram menos danos nos pulmões e carga viral mais baixa, especialmente quando receberam a droga antes da infecção. Além de inibir a replicação do vírus, há indícios de que a droga também regula a resposta do hospedeiro ao patógeno, o que proporciona melhor controle da infecção e inflamação", diz o co-autor sênior Ren Sun, professor da Universidade de Hong Kong.

Na prática, a clofazimina interrompe a infecção por SARS-CoV-2 de duas maneiras: bloqueando sua entrada nas células e interrompendo a replicação do RNA, capaz ainda de reduzir a replicação do MERS-CoV, o coronavírus que causa a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), no tecido pulmonar.

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"A clofazimina parece ter atividade de pan-coronavírus, indicando que pode ser uma arma importante contra futuras pandemias. Nosso estudo sugere que devemos considerar a criação de um estoque de clofazimina", diz o pesquisador Kwok-Yung Yuen, presidente de Doenças Infecciosas da Universidade de Hong Kong.

“Nossos dados sugerem que a clofazimina também deve ser testada como monoterapia para pessoas com COVID-19, o que reduziria muitas barreiras ao tratamento. Pessoas com COVID-19 poderiam simplesmente receber um regime de pílulas de baixo custo, em vez de ir para um hospital para receber uma injeção", conclui Chanda.

Fonte: Nature via Science Blog