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Remédio da AstraZeneca gera imunidade contra COVID-19; testes avançam

Por| 26 de Dezembro de 2020 às 12h03

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Jcomp/Freepik
Jcomp/Freepik

Nesta sexta-feira (25), a AstraZeneca — que também está na corrida das vacinas, com seu imunizante em parceria com a Universidade de Oxford e, aqui no Brasil, com a Fiocruz — informou ao jornal inglês The Guardian que está avançando nos estudos de seu fármaco, composto de anticorpos sintéticos, que poderá ser administrado em pessoas que tiveram contato com o coronavírus. A empresa, inclusive, já vinha estudando o remédio desde agosto e realizou registro nos EUA para testes com humanos. Para o fármaco, a companhia trabalha em parceria com a Universidade de Londres.

O remédio funciona da seguinte maneira: ao entrar contato com alguém que está infectado pelo coronavírus, uma pessoa poderia iniciar o tratamento em até oito dias após a exposição. Chamado de AZD7448, o medicamento é injetável e dotado de anticorpos monoclonais criados em laboratório, por isso chamados sintéticos. A expectativa é que, ao receber a dose, a pessoa com suspeita de infecção desenvolva imunidade contra a COVID-19 por entre 6 a 12 meses.

Segundo a publicação, a droga vem para auxiliar profissionais de saúde, que estão constantemente expostos na linha de frente de combate à COVID-19, e cuidadores de idosos em casas de repouso, bem como para tratamentos emergenciais.

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Testes com o medicamento

A AstraZeneca vem conduzindo testes no Reino Unido e em mais 100 locais ao redor do mundo, com aplicações realizadas em duas etapas nos voluntários. A farmacêutica espera que as agências reguladoras ao redor do globo deem o aval para produção em massa do AZD7448 até abril de 2021.

Para chegar à fórmula atual, com dois anticorpos, a farmacêutica avaliou a capacidade de mais de 1,5 mil anticorpos monoclonais de se conectarem ao coronavírus. Também foram avaliadas a capacidade de inativar o vírus, impedindo que ele infectasse células saudáveis ​​em laboratório. O coquetel, composto por dois anticorpos monoclonais (mAbs), se mostrou seguro e tolerável em 48 participantes saudáveis, com idades ​​entre 18 e 55 anos, no início dos testes, em agosto.

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"Se pudermos provar que esse medicamento funciona e previne que pessoas expostas ao vírus desenvolvam COVID-19, seria um incremento e tanto ao nosso atual arsenal de armas contra esse vírus mortal", avalia a Dra. Catherine Houlihan, virologista do complexo hospitalar University College London Hospitals (UCLH), da Universidade de Londres, que ajudou a desenvolver o medicamento.

Agora, novos voluntários receberam duas doses seguidas. O UCLH foi o primeiro local a recrutar pacientes para participar de um estudo clínico randomizado, aplicando as doses em um grupo o medicamento e, no outro, o placebo, em formato duplo-cego — ou seja, não se sabe quem recebeu o remédio ou a substância neutra, sem relação com a doença.

"Até agora, injetamos o coquetel em 10 voluntários que foram expostos ao vírus em casa, em unidades de saúde ou nos corredores da universidade", revela Houlihan. Ela e sua equipe de especialistas avaliarão de perto as reações dos voluntários quanto ao desenvolvimento (ou não) da COVID-19 em quem recebeu o "shot" com a nova droga.

Para o Reino Unido, a expectativa é de que a agência reguladora local aprove o remédio para uso na próxima semana.

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Fonte: The Guardian, AstraZeneca