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AstraZeneca começa a testar remédio anti-coronavírus em humanos

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Christina Victoria/Unsplash
Christina Victoria/Unsplash

Com mais de 23 milhões de pessoas contaminadas com o novo coronavírus (SARS-CoV-2), pesquisadores investigam tratamentos, seguros e eficazes, contra a COVID-19. Entre as últimas pesquisas da área, a farmacêutica britânica AstraZeneca começou os testes em humanos de um coquetel à base de anticorpos sintéticos para agir tanto na prevenção quanto no tratamento da infecção.

Esta é mais uma aposta da farmacêutica para o controle da pandemia da COVID-19, já que a empresa trabalha em parceria com a Universidade de Oxford, também no Reino Unido, para a produção de uma vacina contra o coronavírus. Em desenvolvimento, a pesquisa do imunizante está mais adiantada, na fase 3 de estudos clínicos, enquanto o novo coquetel começa a ser testado em um pequeno grupo de voluntários — o que equivale à fase 1 de testes.

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Isso porque estudo com o coquetel avalia se o AZD7442, que é uma combinação de dois anticorpos monoclonais (mAbs), é seguro e tolerável em até 48 participantes saudáveis, com idades ​​entre 18 e 55 anos. Se a pesquisa inicial com humanos no país de origem mostrar a segurança da fórmula, a AstraZeneca prosseguirá com os estudos clínicos.

Para chegar à fórmula atual, com dois anticorpos, a farmacêutica avaliou a capacidade de mais de 1,5 mil anticorpos monoclonais  de se conectarem ao coronavírus. Também foram avaliadas a capacidade de inativar o vírus, impedindo que infecte células saudáveis ​​em laboratório.

Como funciona?

No organismo humano, os anticorpos monoclonais simulam os naturais (no caso, gerados no corpo de pacientes que se recuperaram da COVID-19), podendo ser fabricados em laboratório para tratar doenças. Entre os variados usos da técnica, está o tratamento de alguns tipos de câncer.

"Ao combinar dois anticorpos monoclonais que se ligam a partes distintas da proteína spike do SARS-CoV-2, no que poderia ser uma terapia preventiva única, esperamos melhorar sua eficácia na neutralização do vírus. Essas colaborações ajudam a garantir que medicamentos em potencial, que possam prevenir ou tratar COVID-19, sejam acelerados o mais rápida e seguramente possível", detalha o vice-presidente executivo de P&D de biofármacos da Astra, Mene Pangalos.

“Esta combinação de anticorpos, acoplada à nossa tecnologia proprietária de extensão de meia-vida, tem o potencial de melhorar a eficácia e durabilidade do uso, além de reduzir a probabilidade de resistência viral”, comenta Pangalos.

Segundo o especialista em doenças infecciosas Anthony Fauci, o tratamento contra a COVID-19 a partir desses anticorpos é “quase uma aposta certa”. Inclusive, a farmacêutica recebeu, em junho, US$ 23,7 milhões (mais de 130 milhões de reais) em financiamento de agências governamentais dos Estados Unidos para avançar nas pesquisas baseadas em anticorpos contra o coronavírus.

Mesmo que as vacinas contra a COVID-19 estejam no centro das pesquisas, tratamentos alternativos, como esse, também são importantes, já que apresentam e desenvolvem novos instrumentos para as equipes médicas tratarem os pacientes, de acordo com as necessidades de cada caso.

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Fonte: AstraZeneca CNBC