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Reino Unido inicia testes com cães farejadores para detectar coronavírus

Por| 01 de Junho de 2020 às 16h50

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Reprodução/Euronews
Reprodução/Euronews

Com a pandemia de coronavírus, toda ajuda é necessária. E sabe quem pode ser um aliado em potencial nessa batalha? Os cachorros! Acontece que a organização britânica Medical Detection Dogs (MDD) está dando início a testes com cães farejadores com a intenção de descobrr se eles são capazes de detectar o vírus.

Contar com a ajuda de cães farejadores para a detecção de doenças não é algo novo, na verdade. Cães dessa mesma organização já participaram de um projeto há alguns anos para detectar a presença do Plasmodium falciparum, o agente patogênico que provoca a malária. Eles detectaram 73,3% dentre 30 crianças com malária e 91% do grupo de 145 crianças que não tinham a doença. No entanto, malária e coronavírus são bem diferentes, portanto esse não é bem um parâmetro.

“O causador da COVID-19 é um organismo muito diferente do da malária, mas há evidências de que vírus diferentes produzem odores diferentes. Pode ser que o odor seja provocado pelo agente infeccioso em si, por seus metabólitos ou pelo dano causado no corpo. Não sabemos se a COVID-19 tem cheiro, mas vamos descobrir", diz Steve Lindsay, entomologista da Universidade de Durham, que faz parte de um projeto que visa treinar seis cães da MDD para diferenciar o vírus em compostos orgânicos voláteis liberados por resíduos biológicos, como a urina, ou presos em máscaras.

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Para isso, os responsáveis pelo projeto já estão coletando amostras em hospitais londrinos. “Quando tivermos amostras suficientes, esperamos que os primeiros resultados cheguem em um período de oito a dez semanas”, explica Steve Lindsay.

O governo do Reino Unido concedeu quase 500 mil euros (o equivalente a R$ 3 milhões). O programa é uma parceria entre o governo, a Medical Detection Dogs e universidades como a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. O chefe de controle de doenças, o professor James Logan, deu uma entrevista à Euronews explicando que, quando se tem uma doença, seja proporcionada por um vírus ou um parasita, isso altera o odor do corpo.

"E sabemos de outras doenças, como certos tipos de câncer, o Parkinson, e até a detecção de convulsões epilépticas ou alterações nos níveis de açúcar no sangue, que os cães podem perceber a diferença com um grau muito alto de precisão". Se os testes derem certo, o primeiro grupo de cães poderá ser implantado nos principais pontos de entrada no Reino Unido dentro de seis meses para ajudar na triagem rápida de pessoas que chegam do exterior.

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Na prática, isso pode significar que, nos aeroportos, cada cão pode rastrear até 250 passageiros por hora. Mas primeiro, os cães precisam ver se passam nos testes e no treinamento. "Em algumas semanas após o início do treinamento já saberemos, mas levará cerca de 8 a 10 semanas para chegar ao fim desse processo", afirma o professor Logan. “Então, o que esperamos é que em agosto ou setembro, provavelmente em setembro, tenhamos no Reino Unido pelo menos seis cães que estariam prontos para serem implantados. E também teríamos um método para ampliar isso para que outros países pudessem fazer a mesma coisa", acrescenta.

Fonte: Euronews