Quão vulnerável é o cérebro ao movimento do crânio?
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 08 de Agosto de 2023 às 11h09
Em novo estudo publicado na revista científica Journal of Biomechanical Engineering, pesquisadores buscaram compreender quão vulnerável o cérebro é ao movimento do crânio. Para isso, alguns voluntários participaram de testes onde recebiam vibrações em pontos específicos da cabeça.
- Neurônios específicos acendem no seu cérebro quando você ouve alguém cantar
- Nosso cérebro usa cálculo para controlar movimentos rápidos
Os pesquisadores usaram uma técnica chamada elastografia por ressonância magnética, que é não invasiva e pode mapear as propriedades elásticas e a rigidez dos tecidos moles. A ideia foi fornecer novas informações sobre o que acontece quando a cabeça é sacudida em várias frequências em duas direções.
No experimento, o grupo aplicou vibrações suaves na cabeça dos participantes, fazendo movimentos para frente e para trás, como um movimento de "sim", e para os lados, como um movimento de "não". A equipe então se concentrou em ondas produzidas em diferentes frequências de vibração e determinou dois aspectos importantes para se compreender: a energia cinética (quanta energia foi transferida para a cabeça) e a energia de deformação cerebral.
Os pesquisadores perceberam que a proporção de energia de deformação para energia cinética foi maior para movimento lateral ou balançar a cabeça “não” do que para o aceno de cabeça.
Essa relação entre energia cinética e energia de deformação cerebral foi considerada como um índice revelador de quão vulnerável o cérebro é ao movimento do crânio. A proporção indicou uma diferença na deformação do cérebro em resposta ao movimento lateral do crânio ("não") em comparação com o "sim".
Quão vulnerável é o cérebro?
A equipe concluiu que a vulnerabilidade do cérebro depende fortemente da direção do movimento da cabeça, não apenas da magnitude ou força do impacto. Os cientistas também viram que o cérebro é sensível ao movimento de baixa frequência, então "suavizar" um golpe tornando a força mais baixa, mas mais duradoura, pode não ser uma proteção eficaz contra lesões cerebrais.
A ideia dos pesquisadores é descobrir através de estudos futuros quais outros fatores são importantes para determinar a vulnerabilidade do cérebro, ou seja: se a idade, o sexo, o tamanho ou a forma do cérebro influenciam.
O que a ciência sabe sobre o crânio e o cérebro?
Anteriormente, o Canaltech destacou curiosidades surpreendentes sobre o crânio e o cérebro. Você sabia, por exemplo, que a caixa craniana é expansível? Basicamente, o crânio é capaz de se expandir para acomodar mudanças no volume interno, e essa capacidade de ajuste é chamada de complacência intracraniana. Seu comprometimento pode levar a um aumento da pressão intracraniana.
A ciência também já descobriu que o cérebro pesa mais ou menos 1,5kg, e cerca de 75% de sua massa total é composta por água. O seu peso representa de 2% a 3% da massa corporal e consome cerca de 20% do nosso oxigênio e de 15% a 20% da glicose.
É possível afirmar, ainda, que o nosso cérebro pode expandir e encolher conforme a estação do ano, e que o cérebro é tão mole que pode desmoronar quando está no estado natural.