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Quantos anos poderão completar os humanos mais velhos deste século?

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Twenty20photos/Envato Elements
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Será que este século abrigará a pessoa que por mais anos vive — ou viveu — no planeta Terra? Até onde se tem notícia, o ser humano mais longevo foi a francesa Jeanne Calment que completou 122 anos e 164 dias de vida, em 1997. Passados 24 anos, ninguém bateu o recorde francês, mas pesquisadores norte-americanos estimam que a marca poderá ser ultrapassada até 2100.

Publicado na revista científica Demographic Research, um novo estudo combinou fatores, como o risco de óbito após os 110 anos e a porcentagem de pessoas que podem chegar a esta idade, e concluiu que a possibilidade de alguém chegar aos 130 anos é de 13% para toda a espécie humana no século XXI.

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O curioso estudo foi desenvolvido pela dupla de pesquisadores Michael Pearce e Adrian Raftery, da Universidade de Washington, nos EUA. Sobre a quebra do recorde de longevidade, é muito provável que aconteça, porque os dois estudiosos chegaram a uma taxa de 89% de chances de alguém completar pelo menos 126 anos. No entanto, a espécie não deve ir muito mais longe do que isso, já que a possibilidade de alguém chegar aos 135 neste século anos é de apenas 3%.

Existe um tempo limite para o corpo humano?

Hoje, a ciência ainda não sabe se existe e, caso existisse, qual seria o limite de vida de um ser humano. No entanto, o assunto é polêmico e não deve encontrar um desfecho neste século. Para alguns especialistas, o envelhecimento não é uma doença que pode ser tratada, mas um processo inevitável que não pode ser totalmente interrompido, nem mesmo através de descobertas médicas surpreendentes no campo da genômica. Para essas pessoas, um dia a humanidade chegará à sua idade máxima e os recordes se estabilizarão. No máximo, alguém viverá alguns meses ou dias mais do que outros.

Por outro lado, os bilionários da tecnologia investem cifras incalculáveis em pesquisas que podem (ou não) expandir os limites da vida humana para além da nossa compreensão, como Elon Musk, da Tesla e SpaceX, e o cofundador do Google, Sergey Brin. Alinhado com inúmeros pesquisadores, este grupo defende que a ciência garantirá uma vida muito mais longeva, nem que seja para um pequeno grupo de "sortudos".

Desafios em estudar os centenários

Um dos maiores desafios para o estudo é que os dados sobre aqueles que chegam aos 110 anos são limitados e, na maioria das vezes, de baixa qualidade. Segundo os pesquisadores, existe uma tendência de que indivíduos muito idosos declarem erroneamente ou exagerem, de forma proposital, suas idades.

Por esse motivo, os autores do estudo usaram apenas informações do Banco de Dados Internacional sobre longevidade, onde os registros de óbito foram "rigorosamente verificados". No total, foram "1.119 registros de pessoas falecidas que atingiram pelo menos 110 anos e representam 13 países: Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Inglaterra e País de Gales, Finlândia, França, Alemanha, Japão, Noruega, Espanha, Suécia e Estados Unidos", afirmam. Desse modo, os indivíduos incluídos na pesquisa nasceram no máximo em 1910.

A partir da análise, a dupla observou que fatores demográficos tradicionais, como sexo e nacionalidade, podem não afetar estatisticamente a vida de quem chegou aos 110 anos, embora sejam responsáveis por uma diferença maior nas taxas de mortalidade dos mais novos. No entanto, ainda não é possível estabelecer o que leva a essa vida tão longa, mas a aposta é que haja uma combinação entre genética e estilo de vida saudável.

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Os autores do artigo destacam que o estudo foi feito antes da pandemia da COVID-19, mas que os resultados gerais da pesquisa devem continuar precisos. O que provavelmente acontecerá é que o número de pessoas que ultrapassará os 110 anos neste século deve diminuir.

Para acessar o estudo completo sobre as possibilidades de alguém chegar aos 126 anos, clique aqui.

Fonte: The Conversation