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Cientistas desvendam o DNA de Leonardo da Vinci; 14 parentes já são conhecidos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Julho de 2021 às 15h10

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Janeb13/ Pixabay
Janeb13/ Pixabay

Já pensou investigar o DNA de grandes gênios da história da humanidade e buscar no código genético pistas dessa inteligência, talvez, inata? É exatamente isso que uma dupla de pesquisadores planejam fazer com o pintor, inventor e engenheiro Leonardo da Vinci, conhecido mestre da Renascença. Por enquanto, os estudos focam na validação do seu DNA e já foi possível identificar 14 parentes vivos para colaborarem nessa missão.

Quando Leonardo morreu em maio de 1519, aos 67 anos, o pintor não tinha filhos conhecidos e há dúvidas sobre o exato local onde os seus restos mortais descansam. Em outras palavras, não há uma fonte de DNA confiável para analisar o seu código genético. Por isso, foi necessário desvendar a árvore genealógica de toda a família, chegando aos dias de hoje.

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No total, 690 anos de história foram percorridos no estudo organizado pelo fundador do Museu Ideal Leonardo Da Vinci, Alessandro Vezzosi, e pela presidente da Associazione Leonardo Da Vinci Heritage, Agnese Sabato. Agora, o DNA dos parentes — que mantêm o anonimato — será analisado e deve contribuir com o The Leonardo Da Vinci DNA Project, liderado pelo pesquisador Jesse Ausubel, da Universidade Rockefeller de Nova York, nos Estados Unidos.

Árvore genealógica da família da Vinci

Por meio da investigação que parte de Michele da Vinci (nascido no ano de 1331), foi possível separar os descendentes diretos da linhagem do pai de Leonardo, o Piero (5ª geração de Michele), e do meio-irmão Domenico (6ª geração). Vale ressaltar que Leonardo (6ª geração) não teve filhos, então, não há descendentes diretos para serem procurados.

Dessa forma, foi possível traçar uma linha contínua de parentes da linhagem masculina, de pai para filho, da família até o presente. Os atuais 14 descentes da família têm idades entre um e 85 anos. No estudo, os autores contam que foi possível localizá-los, principalmente, por documentos históricos e registros em cartórios.

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Vale ressaltar que a pesquisa do histórico familiar é difícil, porque apenas o pai de Leonardo pode ser devidamente rastreado. Nascido fora do casamento oficial em Anchiano, Leonardo da Vinci era filho de Piero da Vinci e de uma camponesa chamada Caterina. No entanto, quase nada se sabe sobre a origem de mãe, muito menos de sua família.

Cromossomo Y quase intacto

"Com o sobrenome, a hereditariedade masculina conecta a história dos registros com a história biológica ao longo de linhagens separadas. Por isso, a presente genealogia, que se estende por quase setecentos anos, pode ser utilizada para verificar, através das mais inovadoras tecnologias da biologia molecular, a transmissão ininterrupta do cromossomo Y com vista a confirmar a recuperação do marcador Y de Leonardo", explicam os autores no artigo.

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Segundo os historiadores, o cromossomo Y da família — transmitido aos descendentes do sexo masculino — permaneceu quase inalterado por 25 gerações. A partir dessa premissa, será possível compará-lo com o dos ancestrais, encontrados em cemitérios e tumbas, para identificar o DNA do verdadeiro Leonardo da Vinci.

Por que codificar o DNA de Leonardo da Vinci?

De acordo com a dupla de historiadores, codificar o DNA de Leonardo da Vinci poderá "explicar certas percepções sensoriais peculiares, como sua extraordinária capacidade visual e sinestesia" no campo de suas criações artísticas. Nesse mesmo caminho, encontrar vestígios de seu DNA poderá comprovar a autenticidade de obras de arte, notas e diários com invenções inéditas da engenharia.

Além disso, o seu DNA disponibilizará elementos úteis para explorar cientificamente algumas de suas características, como: as origens de sua genialidade; informações sobre o seu porte físico; a origem do envelhecimento, provavelmente, precoce; existência de doenças hereditárias; e o porquê de suas percepções sensoriais. Em outras palavras, essas informações podem abrir novos capítulos de sua biografia.

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Mistério do túmulo do gênio da Renascença

Parte interessante da descoberta é que já há uma possível ossada considerada como a de Leonardo. Isso porque, nos registros da época, o enterro do artista aconteceu na capela de Saint-Florentin, na França. No entanto, o local foi destruído durante a Revolução Francesa e, posteriormente, demolido. Relatos informam que o esqueleto dele foi transferido para a capela Saint-Hubert, também localizada em solo francês. O que ninguém sabe é se toda essa história é apenas uma lenda local.

Com o avançar da pesquisa, será possível determinar se os restos mortais da capela pertencem, de fato, ao Leonardo da Vinci. Isso ocorrerá a partir de análises e cruzamento de dados do cromossomo Y nesses ossos com o cromossomo Y pertencente aos parentes vivos. Agora, resta aguardarmos mais para desvendar novos mistérios do gênio da Renascença.

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Para conferir o estudo completo sobre a linhagem de Leonardo da Vinci, publicado pela revista Human Evolution, clique aqui.

Fonte: Com informações: Live Science e Phys