Publicidade

Qual temperatura é "muito quente" para o corpo humano funcionar?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

Compartilhe:
Franz Bachinger/Pixabay
Franz Bachinger/Pixabay

Diferente de peixes, anfíbios e répteis, os seres humanos são homeotérmicos. Em outras palavras, os mamíferos, incluindo a nossa espécie, mantêm a sua temperatura corporal relativamente constante, independente das variações da temperatura ambiental. Em média, a temperatura interna do homem varia entre 35 ºC e 37 ºC, mesmo que a pessoa esteja na praia, ao meio-dia, em pleno verão.

A questão é que, segundo pesquisadores da Universidade de Roehampton, no Reino Unido, existe um limite de temperatura externa para o corpo humano continuar operante. A tolerância humana ao calor é aparentemente de 40 °C a 50 °C externos, quando o corpo está em repouso, segundo dados preliminares da pesquisa.

Entender esse limite é fundamental para o futuro da espécie humana, ainda mais quando se considera o crescente aumento das temperaturas. Nesta semana, foi registrado o dia mais quente da história, com uma temperatura média de 17 ºC. Nesse contexto, alguns pontos no norte da África marcaram em seus termômetros quase 50 ºC — isto é bem próximo do limite tolerável pelo corpo. Apesar do estudo, outros fatores impactam na sobrevivência de um indivíduo, além da temperatura marcada pelo termômetro, como umidade local e pontos de sombra.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Pesquisa sobre o limite de temperatura que o corpo suporta

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores britânicos se concentraram na taxa metabólica de repouso (TMR). É basicamente o quanto um organismo consome de energia (calorias) ao permanecer em repouso, sem atividade física. A TMR tende a ser muito maior quando as pessoas são expostas a condições sufocantes, como temperaturas muito quentes. Afinal, mais energia é gasta para resfriar o corpo até a temperatura ideal.

“Muito trabalho foi feito na faixa de temperaturas em que diferentes espécies de animais preferem viver em termos de taxas metabólicas mínimas e, portanto, de baixo gasto de energia”, afirma Lewis Halsey, cientista e professor da universidade, em comunicado. “Só que, estranhamente, temos poucos dados quando se considera os limites superiores da nossa zona térmica neutra”, pontua.

Quais os efeitos da temperatura “muito quente”?

Em temperaturas elevadas demais para o corpo humano, a equipe de Halsey já descobriu alterações no funcionamento do coração. “Encontramos algumas mudanças consideráveis ​​nas respostas da função cardíaca ao calor entre as categorias de pessoas [divididas por idade, sexo e nível de condicionamento físico]”, explica. No extremo, uma pessoa pode morrer de calor, ainda mais quando não está em repouso.

“Estamos construindo um panorama sobre como o corpo responde ao estresse térmico, como ele pode ser adaptável, os limites dessas adaptações e, crucialmente, como as respostas variam entre os indivíduos. Em um mundo em aquecimento, esse conhecimento se torna cada vez mais valioso”, completa.

Até o momento, a pesquisa completa da universidade britânica sobre qual é a temperatura “muito quente” para o corpo humano não foi publicada em nenhuma revista científica. No entanto, os autores adiantaram parte do estudo durante a participação na conferência de 100 anos da Society for Experimental Biology (SEB), que ocorreu em Edimburgo, na Escócia, esta semana.

Continua após a publicidade

Fonte: SEB e EurekAlert