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Proteína pode bloquear inflamação de doenças autoimunes, diz estudo brasileiro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Janeiro de 2023 às 11h36

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S_kawee/Envato
S_kawee/Envato

Após testes em laboratório, cientistas brasileiros identificaram que a proteína Sting pode ser usada no controle de inflamações provocadas pelas doenças autoimunes, como psoríase, artrite reumatoide e esclerose múltipla. Se confirmada em experimentos com animais e humanos, a descoberta abrirá caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos e remédios, o que poderá melhorar — e muito — a qualidade de vida desses indivíduos.

Cabe destacar que, quando uma doença autoimune não está controlada, as células de defesa do organismo invertem seu papel. Em outras palavras, elas não protegem mais o indivíduo contra agentes infecciosos, como vírus e bactérias, mas passam a atacar o próprio corpo. Com isso, causam inflamações e lesões em diversos tecidos com diferentes níveis de complicações.

Como funciona a proteína contra doença autoimunes?

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Liderado por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), o estudo demonstrou que a nova proteína age como um sensor de danos no tecido por parte do sistema imune in vitro. Quando as lesões são identificadas, a Sting bloqueia a resposta inflamatória de um tipo de glóbulo branco (leucócito) específico, o linfócito T do tipo 17. Este está relacionado com inúmeras doenças autoimunes.

Segundo os autores do estudo, a ativação da Sting reduz a capacidade daquele tipo de glóbulo branco causar inflamação. Em paralelo, a proteína ainda induz o organismo a fabricar uma citocina, a interleucina-10, que tem funções anti-inflamatórias. O estudo completo foi publicado na revista científica Cell Reports.

Testes para novos medicamentos

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Para avançar nos estudos, os pesquisadores da USP planejam iniciar testes com modelos animais. Na próxima etapa do experimento, o objetivo será entender o impacto da proteína Sting em animais geneticamente modificados com linfócitos Th17 sem a proteína recém-descoberta. Embora o caminho de pesquisa seja longo, é possível que a estratégia revolucione o tratamento de doenças autoimunes.

Vale lembrar que, hoje, o tratamento de doenças autoimunes é feito com medicamentos imunossupressores. Isso significa que, para controlar o quadro do paciente, a medicação reduz a atividade do sistema imunológico, tendo inúmeras complicações. Por exemplo, a pessoa pode ser mais facilmente infectada por bactérias, vírus e fungos. Os efeitos adversos, às vezes, também podem ser problemáticos, ocasionando a descontinuação da terapia.

Fonte: Cell Reports e Agência Fapesp