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Proteína pode ajudar a retardar danos da esclerose múltipla

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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 iLexx/Envato
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Na última sexta-feira (13), em pesquisa publicada na revista Science Immunology, um grupo de cientistas anunciou a descoberta de uma proteína com o potencial de retardar os danos causados pela esclerose múltipla. Segundo o relatório, essa proteína (chamada integrina α3) estimula a migração agressiva de células imunológicas para o sistema nervoso central, levando à doença.

Os cientistas explicam que a intrusão de um tipo específico de célula imunológica chamada Th17 é particularmente prejudicial ao cérebro e à medula espinhal. Quando os pesquisadores bloquearam a proteína em roedores, as células retardaram o alcance e melhoraram os sintomas.

Segundo o grupo, as células Th17 não se desenvolvem de forma tão eficaz e enfrentam dificuldades para entrar no sistema nervoso central, o que significa menos danos.

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As células Th17, vitais para o corpo combater infecções fúngicas e bacterianas, geralmente não causam doenças. Mas para as pessoas com esclerose múltipla, essas células são ativadas por engano e acabam atacando o sistema nervoso central.

Os roedores alterados foram totalmente protegidos dos sintomas semelhantes aos da EM, normalmente observados em tais modelos. "Descobrimos que nenhuma das células Th17 estava entrando no sistema nervoso central. Foi uma oportunidade de observar o maquinário que controla essas células", afirmam os pesquisadores, em comunicado.

Possíveis tratamentos

Os cientistas contam que atualmente não existe nenhum medicamento que atinja a integrina nas células Th17, mas o medicamento natalizumab tem como alvo outro tipo de célula T, Th1, que também pode causar esclerose múltipla. O natalizumabe tem seus efeitos colaterais, realçando a necessidade de tratamentos alternativos.

“Uma preocupação sobre o direcionamento da integrina α3 é que essas células Th17 são vitais para a defesa do nosso corpo contra infecções. Fizemos testes preliminares para ver se a inibição da integrina α3 impede as células Th17 de desempenharem as suas funções protetoras e, até agora, parece que ainda conseguem fazer o seu trabalho", estimam os cientistas.

Anteriormente, pesquisas mostraram que um antialérgico ajuda no tratamento da esclerose múltipla. Estudos anteriores também revelaram 3 genes associados à EM.

O que é esclerose múltipla?

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O Ministério da Saúde define a esclerose múltipla como uma das doenças mais comuns do sistema nervoso central, afetando o cérebro e a medula espinhal: "Um transtorno neurológico, crônico e autoimune, ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando danos à mielina, material gorduroso que isola os nervos, afetando a maneira como os impulsos elétricos são enviados de e para o cérebro", diz a Pasta.

Conforme material divulgado pelo Ministério, os sintomas mais comuns incluem fadiga intensa, alterações ligadas à fala e deglutição, transtornos visuais, problemas de equilíbrio e coordenação e transtornos cognitivos.

Fonte: Science Immunology, Duke Health, Ministério da Saúde