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Inédito: criança é curada de câncer terminal no cérebro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 15 de Fevereiro de 2024 às 17h22

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Tima Miroshnichenko/Pexels
Tima Miroshnichenko/Pexels

Um menino de 13 anos da Bélgica se tornou a primeira criança a sobreviver a um agressivo tumor cerebral, conhecido como glioma pontino intrínseco difuso. O tempo de sobrevivência desses pacientes costuma ser de apenas nove a dez meses, mas já faz sete anos desde que o garoto, Lucas, está livre do câncer.

Ele tinha seis anos quando foi diagnosticado com a doença, e passou a fazer parte de um estudo chamado Biological Medicine for DIPG Eradication (Medicina Biológica para Erradicação do DIPG), concentrado em comparar a eficácia de três medicamentos contra o câncer: erlotinibe, everolimus e dasatinibe.

Durante a pesquisa conduzida com 233 pacientes, os médicos extraíram um pequeno fragmento do tumor e realizaram uma biópsia, com a intenção de analisar o perfil molecular do câncer. Lucas foi um dos pacientes tratados com everolimus.

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O primeiro a ficar livre do câncer

Em comunicado à AFP, a equipe médica envolvida no estudo conta que, embora outras sete crianças participantes tenham sobrevivido vários anos após o diagnóstico, Lucas foi o único a ver o seu tumor desaparecer completamente, o que é descrito como um "caso inédito no mundo”.

A ideia dos pesquisadores agora é descobrir por que alguns pacientes respondem melhor ao tratamento do que outros. Por enquanto, a teoria é que as diferenças moleculares entre um câncer e outro possuem um papel significativo.

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No caso em questão, o tumor de Lucas tinha uma mutação extremamente rara que tornou as suas células muito mais sensíveis aos medicamentos. Os cientistas querem  reproduzir com sucesso as propriedades observadas no tumor de Lucas, para então usar essas células cultivadas em laboratório e testar novos tratamentos para câncer no cérebro

Tumor cerebral

Em geral, o tumor cerebral é classificado de acordo com a rapidez com que cresce e a probabilidade de voltare a crescer após o tratamento. O NHS (Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido) menciona dois tipos principais de tumores cerebrais:

  • Benignos, que são de baixo grau (grau 1 ou 2), crescem lentamente e têm menos probabilidade de retornar após o tratamento.
  • Malignos, de alto grau (grau 3 ou 4) e começam no cérebro ou espalham para o cérebro a partir de outros locais, mais propensos a crescer novamente após o tratamento.
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O tumor cerebral leva a sintomas como dores de cabeça, convulsões, náuseas e alterações mentais ou comportamentais, como problemas de memória, além de fraqueza ou até mesmo a paralisia de um lado do corpo.

Fonte: Agence France-Presse, BIOMEDE