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Por que a Ômicron aumenta o número de internações de crianças no hospital?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Janeiro de 2022 às 12h30

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AnnaStills/Envato Elements
AnnaStills/Envato Elements

A variante Ômicron (B.1.1.529) do coronavírus SARS-CoV-2 é responsável por aumentar o número de internações pediátricas em unidades de terapia intensiva (UTIs) e inúmeros países, como o Brasil e os Estados Unidos, registram esse movimento. A alta nesse patamar é observada pela primeira vez desde o início da pandemia e, agora, médicos buscam explicações sobre o fato.

Vale lembrar que a maioria das crianças ainda não está imunizada contra a covid-19 no Brasil, onde a campanha para vacinar aqueles com 5 a 11 anos foi iniciada apenas em janeiro. Além disso, em nenhum dos dois países, doses são aprovadas para quem tem 4 anos ou menos. Nesse ponto, representam o último grupo que não foi beneficiado pelo caráter protetor das vacinas.

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Números da covid-19 em crianças e adolescentes

Nos EUA, 881 crianças e adolescentes são internados em hospitais diariamente devido à covid-19, de acordo com os dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Para as crianças com menos de 5 anos, as internações subiram para níveis duas a quatro vezes maiores que os picos anteriores.

Para comparar, desde o início da pandemia do coronavírus, quase 9,5 milhões menores de idade testaram positivo para a doença. Só que quase 20% desses casos ocorreram apenas nas duas primeiras semanas de janeiro deste ano, quando os casos da Ômicron explodiram no país.

Nos estados brasileiros, a alta se repete, como em São Paulo. “Os dados da Secretaria de Saúde mostram alta de 61% na hospitalização de menores de 18 anos em UTIs, nos últimos dois meses, no estado de São Paulo. Os dados evidenciam a necessidade de acelerarmos a vacinação infantil”, informou o governador João Doria, na penúltima segunda-feira (17).

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A situação das crianças e a Ômicron

"O risco de hospitalização para a covid-19 não é zero”, lembra o cientista Rong Xu, do Case Western Reserve University, em Ohio, nos EUA. “Então, se você multiplicar por um número grande — se mais crianças forem infectadas —, você verá muito mais crianças no hospital”, explica Xu. Atualmente, os dois países batem recordes de novas infecções pela variante Ômicron.

Além disso, pesquisadores sugerem que a versão mais recente do coronavírus e o atual cenário de relaxamento das medidas possam representar uma ameaça maior para as crianças. Isso porque, até muito recentemente, os menores pareciam escapar do pior do vírus, com algumas exceções de pacientes pediátricos que ficavam gravemente doentes.

Somando a maior transmissibilidade, outro fator de risco pode ser a preferência da Ômicron em se instalar nas passagens aéreas acima dos pulmões, acumulando muco e inflamação. Este fato pode afetar, especialmente, as crianças mais novas, cujas vias aéreas são mais estreitas e menos desenvolvidas.

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A vantagem é que, pelo menos nos EUA, as hospitalizações pediátricas já caem onde os casos da covid-19 em toda a sociedade diminuem. Enquanto isso não acontece em todas as regiões, a recomendação é usar máscaras de proteção e evitar atividades sociais com pessoas com algum sintoma suspeito.

Fonte: Scientific American e Agência Brasil