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Estudo descobre o que causa névoa cerebral na covid longa

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Janeiro de 2022 às 10h37

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iLexx/Envato
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A névoa cerebral é um sintoma da covid longa e pode afetar até mesmo pacientes que desenvolveram quadros leves da infecção causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. Agora, pesquisadores norte-americanos descobriram que a condição está associada com a desregulamentação do sistema imunológico e do sistema nervoso central.

De forma geral, a névoa cerebral “se manifesta como problemas para lembrar de eventos recentes, inventar nomes ou palavras, manter o foco e problemas para decorar e gerir informações, além de diminuir a velocidade de processamento” do cérebro, explica Joanna Hellmuth, da UC San Francisco (Ucsf).

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Publicado na revista científica Annals of Clinical and Translational Neurology, o estudo contou também com a participação de pesquisadores da Weill Cornell Medicine, em Nova York.

Líquido cefalorraquidiano

No estudo, 32 voluntários com mais de 18 anos foram incluídos, sendo que 22 apresentavam sintomas cognitivos no pós-covid e os outros 10 integravam o grupo de controle. Todos os participantes tiveram covid-19, mas não precisaram de hospitalização.

Os pesquisadores analisaram o líquido cefalorraquidiano — um fluido biológico do sistema nervoso central — de 17 dos participantes (do grupo controle ou não) que consentiram em realizar uma punção lombar. A equipe observou que 10 dos 13 participantes com sintomas cognitivos tinham anomalias neste líquido. Por outro lado, as 4 amostras dos participantes sem sintomas eram normais.

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Após análises, os cientistas concluíram que os pacientes com alterações apresentavam níveis elevados de proteína, o que sugere um quadro inflamatório. Além disso, foi possível identificar o sistema imunológico constantemente ativado e a presença de anticorpos que atacavam o próprio organismo. As inflamações ocorriam no cérebro.

Sistema imunológico na covid longa

“É possível que o sistema imunológico, estimulado pelo vírus [da covid-19], esteja funcionando de maneira patológica não intencional”, explicou a pesquisadora Hellmuth. Além disso, a especialista destaca que os exames foram feitos muitos meses após a infecção. Em média, as coletas ocorreram 10 meses após o primeiro sintoma da doença.

Por fim, a pesquisa identificou que os participantes com sintomas cognitivos, como névoa cerebral, tinham uma média de 2,5 fatores de risco. Isso quando eram comparados com as pessoas sem os sintomas.

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A seguir, confira a lista de fatores:

  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Histórico de TDAH;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Uso abusivo de álcool;
  • Uso constante de estimulantes;
  • Dificuldades de aprendizagem.

Agora, mais estudos devem confirmar as respostas obtidas, mas em grupos de voluntários maiores, o que pode proporcionar novos insights sobre a névoa cerebral da covid longa.

Fonte: Annals of Clinical and Translational Neurology e Ucsf