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Cannabis nas Olimpíadas: pode ou não pode?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Julho de 2021 às 15h30

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InspiredImages/Pixabay
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No último dia 23, o Canaltech falou sobre uma prática proibida nas Olimpíadas: o uso de substâncias que podem alterar a resposta do corpo frente a um estímulo, algo que ficou mais conhecido como doping. Recentemente, a velocista norte-americana Sha'Carri Richardson testou positivo para o consumo de cannabis, o que a levou a não representar os EUA na Olimpíada de Tóquio.

A cannabis, seja em forma de óleo, cápsulas ou inalação, foi banida pela Agência Mundial Antidopagem (Wada) desde que a organização criou sua lista de substâncias proibidas, em 2004. Alguns anos depois, com base em um estudo sobre a capacidade da maconha de reduzir a ansiedade, a Wada descobriu que a cannabis pode ajudar os atletas a ter um melhor desempenho sob pressão e a aliviar o estresse antes e durante a competição.

Mesmo assim, alguns especialistas apontam que o argumento não é suficiente para garantir a que a cannabis melhore o desempenho dos atletas, considerando que os níveis de ansiedade caem, mas em termos de dados fisiológicos reais, isso mostra que o desempenho é reduzido.

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Um relatório do Journal of Sports Medicine and Physical Fitness Review descobriu que a maioria das pesquisas aponta que a cannabis inclusive dificulta as respostas fisiológicas necessárias para o alto desempenho, aumentando a pressão arterial e diminuindo a força e o equilíbrio.

Mas vale perceber que quando a lista de substâncias proibidas foi criada, a cannabis era ilegal em quase todos os países do mundo, e isso foi apontado como um dos motivos pelos quais a erva era proibida nas Olimpíadas. No entanto, com o passar dos anos, a situação legal da cannabis começou a mudar. Muitos países descriminalizaram seu uso — e na Olimpíada de Tóquio, as permissões também mudaram.

TCH vs CBD

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Vale salientar que dois dos principais componentes da cannabis são o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC). O primeiro, que pode ser utilizado em forma isolada nos óleos de CBD, não causa a "onda" da maconha fumada, por exemplo. Já o segundo é responsável pelo efeito psicoativo da planta, seja isolado ou acrescentado nos óleos e cápsulas.

Com mais evidências do uso da Cannabis para fins medicinais, em 2013, a WADA alterou o limite para um teste de THC positivo de 15 ng/ml para 150 ng/ml. Na prática, possibilitaram o uso dos canabinoides durante treinamentos e intervalos das competições, mas não durante as disputas.

Em 2019, a Wada retirou o canabidiol (CBD) da lista de banidos, o que fez com que a Olimpíada de Tóquio fosse a primeira edição dos jogos olímpicos a tolerar a substância sem considerar doping. Frente à situação da norte-americana barrada por causa da cannabis, a Wada tem sido pressionada a reconsiderar a proibição do THC. No entanto, ninguém sabe quando (ou mesmo se) isso pode realmente acontecer. A medicina já demonstrou que o tetrahidrocanabinol também possui efeitos terapêuticos, além de potencializar os efeitos benéficos do canabidiol.

Fonte: BBC, Cananbis & Saúde