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Poluição do ar é associada com maior risco de AVC, revela estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Outubro de 2022 às 12h34

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Dimaberlin/Envato
Dimaberlin/Envato

Não é segredo que poluentes podem prejudicar a saúde humana. Agora, cientistas analisaram dados de saúde de mais de 300 mil pessoas, por 12 anos, e descobriram que aquelas que moravam em áreas com maior índice de poluição tinham um risco maior para o Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame. Além disso, os riscos de uma doença do coração pós-AVC e de mortes eram maiores.

Publicado na revista científica Neurology, o estudo foi liderado por pesquisadores da Sun Yat-sen University, na China. Enquanto isso, os dados usados para a análise foram coletadas entre pessoas que moravam no Reino Unido.

"Este estudo fornece a primeira evidência de que a poluição do ar ambiente é um fator importante associado à progressão do AVC", afirmam os autores do estudo sobre a associação recém-revelada.

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Qual o impacto da poluição do ar no risco de AVC?

No estudo, os pesquisadores se concentraram no impacto do material particulado fino (PM2,5), que tem um diâmetro inferior a 2,5 microns. Para compararmos, isso é cerca de 30 vezes menor que um único fio de cabelo humano. Segundo os autores, cada aumento de 5 μg/m3 na quantidade de material particulado no ar foi associado a um risco 24% maior de AVC.

Nas cidades, o material particulado pode ser liberado por veículos que usam combustível fóssil, como carros e ônibus, ou por indústrias. Basicamente, são encontrados após qualquer processo que envolva a queima de madeira, óleo, gasolina ou carvão.

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Além disso, foram avaliados os impactos de outros poluentes, como óxido de nitrogênio e dióxido de nitrogênio, que tiveram uma relação menor com o impacto do risco de AVC.

AVC e poluição: entenda o estudo

Cerca de 318 mil pessoas, com uma idade média de 56 anos, foram incluídas nas análises do estudo. Em comum, nenhum participante tinha histórico de AVC ou de doença cardíaca quando foram incluídos no estudo. Passados 12 anos de acompanhamento, 5,9 mil pessoas tiveram um AVC e, desse número, 2,9 mil desenvolveram uma doença cardiovascular e 1.020 morreram. O risco foi maior para quem vivia em áreas mais poluídas.

Mais estudos devem investigar a associação

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Apesar da associação entre a existência da poluição e os casos de AVC, o estudo é observacional, ou seja, não comprova que a poluição foi a única responsável pelo problema de saúde. “Mais pesquisas são necessárias, mas é possível que a diminuição da exposição a altos níveis de poluição do ar possa desempenhar um papel na redução da progressão do derrame”, afirma Hualiang Lin, um dos autores do estudo, em comunicado.

Nesses casos, "as pessoas podem reduzir sua exposição permanecendo em ambientes fechados em dias de forte poluição, reduzindo seus exercícios ao ar livre [momentaneamente], usando máscaras para filtrar partículas e usando purificadores de ar”, completa Ling sobre medidas individuais, que não envolvem a adoção de políticas públicas.

Recentemente, um estudo norte-americano também investigou os possíveis efeitos da poluição na saúde humana e descobriu que o risco de internações pela covid-19 era maior em regiões mais poluídas. A investigação também considerou a presença de material particulado no ambiente. Outras pesquisas já relacionaram a poluição com qualidade dos espermatozoides.

Fonte: Neurology e ACN