Publicidade

Poucos estados brasileiros monitoram a qualidade do ar, segundo estudo

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

Compartilhe:
Pixabay/jplenio
Pixabay/jplenio

No último dia 22 de setembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou novas diretrizes globais sobre a qualidade do ar, indicando que a poluição aérea causa danos à saúde humana em concentrações ainda mais baixas do que se pensava. No Brasil, apenas dez estados e o Distrito Federal possuem redes de monitoramento da qualidade do ar, segundo o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), que lança nesta quinta (30) sua nova Plataforma da Qualidade do Ar, registrando a qualidade do ar no país e monitorando se os estados estão se adequando às novas exigências da ONU.

Atualmente, apenas o Ceará, Pernambuco, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul — e o DF — têm alguma unidade de monitoramento da qualidade do ar, as quais, com frequência, indicam a ultrapassagem da concentração de poluentes do ar nos padrões da OMS. “Os dados reunidos no novo site demonstram que o monitoramento da qualidade do ar no Brasil é insuficiente tanto na cobertura espacial quanto na cobertura por poluente”, aponta David Tsai, coordenador do projeto do IEMA.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

O Rio de Janeiro é o estado com a cobertura mais adequada, possuindo 125 estações, enquanto São Paulo tem 76 e Minas Gerais tem 50 delas. Os outros não atingem nem 10 unidades de monitoramento em todo o estado. Por exemplo, Goiás e Distrito Federal sequer monitoram os principais poluentes de forma automática, divididos em: material particulado (MP10 e MP 2,5), ozônio (O3), dióxido de enxofre (SO2) e monóxido de carbono (CO).

Tsai explica que o MP 2,5 são partículas sólidas ou líquidas capazes de adentrar o sistema circulatório do corpo humano, gerando problemas de saúde. Este material só passou a ser monitorado efetivamente no Brasil a partir de 2018, com exceção de São Paulo, que decretou padrões para o poluente em 2013. “Quanto menor a partícula, mais ela consegue passar pelos ‘filtros’ naturais do organismo como nariz e pulmão, podendo chegar à corrente sanguínea causando diversas doenças”, acrescenta David Tsai.

A importância da qualidade do ar

No Brasil, a gestão da qualidade do ar é regulada através de Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), mas o país ainda carece de uma rede básica e um sistema completo de informação. A Plataforma da Qualidade do Ar, do IEMA, reúne e padroniza os dados obtidos pelo poder público e funciona como uma ferramenta de análise para orientar as decisões das autoridades públicas, além de informar a sociedade e científica.

A plataforma apresenta as informações detalhadas de cada uma das estações presentes no país, incluindo dados de onde elas estão, poluentes que são monitorados e se houve uma coleta suficiente de dados. Ainda, o site registra a evolução da poluição aérea ao longo do tempo e compara as informações brasileiras com as metas estabelecidas pela OMS.

Para a realização de todo esse trabalho, a equipe de IEMA mantém contato com cada instituição gestora da qualidade do ar e estabelece parceria para que os dados sejam compartilhados, como os Órgãos Estaduais de Meio Ambiente (OEMAs), prefeitura e o Ministério do Meio Ambiente.

O IEMA lançará a nova plataforma em um evento em seu canal no YouTube, das 10h às 12h desta quinta (30). No mais, todas as informações estão concentradas no site da Plataforma da Qualidade do Ar.