Pesquisadores usam glóbulos brancos para acelerar cicatrização de feridas
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 23 de Setembro de 2021 às 09h40
Na Suíça, pesquisadores descobriram uma nova forma de acelerar a cicatrização de feridas: as células Natural Killer (NK), que constituem a primeira linha de defesa do nosso organismo. Parte do sistema imunológico inato, essas células são os nossos glóbulos brancos, que já eram conhecidos por se organizar e matar células cancerosas ou infectadas por vírus. Agora, são usadas também para a cicatrização, mas com algumas limitações temporárias.
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Se o processo de cura for muito acelerado, a defesa imunológica será enfraquecida. É o que estudo desenvolvido com roedores demonstrou, segundo a equipe de pesquisadores da Universidade de Zurique (UZH). Dessa forma, a descoberta traz questões que devem ser melhores exploradas no tratamento de lesões de pele e, consequentemente, no combate aos germes resistentes aos antibióticos.
Entenda o estudo
As NK são um tipo de linfócito, ou seja, glóbulos brancos presentes no sangue. De forma geral, elas conseguem reconhecer células anormais do corpo, como as cancerosas ou infectadas por vírus, e as eliminam. No campo da cicatrização, conhecimentos sobre seu funcionamento ainda são iniciais, segundo os autores do estudo publicado na revista científica Nature.
“Fomos capazes de modificar geneticamente essas células em camundongos para acelerar o crescimento dos vasos sanguíneos e fazer com que as feridas na pele fechassem mais rapidamente. No entanto, isso tem o efeito de enfraquecer a defesa imunológica, aumentando assim a suscetibilidade a infecções bacterianas”, explicou Christian Stockmann, professor do Instituto de Anatomia da UZH.
Já que "nossos resultados mostram que pode haver um risco aumentado de infecção associado a tais abordagens”, o professor Stockmann recomenda cautela com as aplicações práticas da descoberta.
Antes, será preciso responder à seguinte pergunta: por que as células NK afetam a qualidade da cicatrização de feridas? “A questão mais interessante é como podemos acelerar a cicatrização de feridas e, ao mesmo tempo, fortalecer a defesa imunológica contra infecções”, pontua Stockmann. Para isso, novos estudos devem ser realizados pelos próprios pesquisadores.
Para ler o estudo completo sobre o papel das células Natural Killer (NK) no processo de cicatrização, publicado na Nature, clique aqui.
Fonte: Futurity e Universidade de Zurique