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Estudantes brasileiros criam conta-gotas sonoro para ajudar pessoas cegas

Por| 16 de Dezembro de 2020 às 17h40

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Reprodução/Useping
Reprodução/Useping

A tecnologia tem uma tarefa: facilitar a vida das pessoas, e isso inclui ajudá-las a superar limitações. Justamente com esse foco, estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) criaram um conta-gotas inédito, batizado de Ping, com aviso sonoro. A tecnologia assistiva funciona mediante um bip emitido a cada gota que atravessa um sensor, com o intuito de auxiliar na contagem.

A ideia por trás da invenção, registrada pela Agência de Inovação Tecnológica (Inova) da UFPB, é ajudar pessoas com baixa visão ou cegueira, idosos ou qualquer indivíduo que tenha dificuldade visual para administrar medicamentos em gotas, para que não haja erro na dosagem — algo que pode desencadear consequências indesejadas, dependendo do remédio.

Por trás do Ping, encontram-se os estudantes João Victor Nogueira, de Engenharia de Produção Mecânica, e Rosiane Agapito da Silva, de Engenharia Elétrica, orientados pelos professores Fábio Borges e Euler Macedo.

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Como surgiu o Ping

Basicamente, o Ping tem oito centímetros e é feito de plástico ABS, uma resina termoplástica derivada do petróleo. O dispositivo foi confeccionado por meio de uma impressora 3D, para manter o baixo custo. Os próprios estudantes por trás do produto contam que o item mais caro para sua produção é a bateria, uma pilha de controle remoto de portão eletrônico, que custa entre R$ 3 e R$ 5, o que leva a uma expectativa de chegar ao mercado com preço acessível.

Para desenvolver o dispositivo, os estudantes levaram um ano e meio. A ideia veio de um projeto da disciplina Planejamento e Projeto do Produto. Na perspectiva deles, o aparelho possibilitará mais autonomia às pessoas com alguma limitação visual.

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Vale ressaltar que o design do produto foi desenvolvido pela Spark, empresa holandesa com base em Recife (PE), que foi contratada para esse fim. O Ping também contou com os trabalhos da empresa Contra Criativos, aceleradora de startups responsável por criar um modelo de negócios e estratégias de pré-produção, para que o produto chegue ao mercado. Por enquanto, o dispositivo está em fase de ajustes e depende de programas de incentivos para ser vendido à população.

"O produto em si não tem uma tecnologia revolucionária, mas resolve um grande problema, às vezes invisível para a população em geral. Mais do que um circuito elétrico simples, desde o início enxergamos as imensas possibilidades para resolver uma dor dos deficientes visuais e fizemos um longo caminho, usando de vários meios para transformar o Ping em um produto inovador, funcional e viável", diz Diogo Carvalho, designer e sócio do Contra. O design de produto foi feito em duas etapas: entrevistas realizadas pelos idealizadores no projeto de TCC e análise desses dados pelo Contra, quando as informações da pesquisa foram confrontadas com dados globais e atualizados sobre as características do público deficiente visual.

O Centelha, programa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações que estimula a criação de empreendimentos inovadores com investimento de R$ 50 mil, chegou a selecionar o conta-gotas sonoro para pessoas com deficiência visual para a terceira e última fase do programa.

No último dia 4, a página do Ping do Instagram anunciou que o produto tem percorrido uma grande jornada para ser finalizado. "Da aceleração ao fomento, um projeto de tamanho impacto na vida de milhões de pessoas necessita passar por diversos processos até chegar à sua versão final, dependendo de investimento e patente. Na busca por investimentos, o Ping encontrou no Scambo Digital e na tokenização a solução para essa etapa. É importante salientar que o montante arrecadado no processo de tokenização será integralmente investido na produção do produto".

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Fonte: Universidade Federal da Paraíba (UFPB)