Pesquisa com vacina da Pfizer contra a COVID-19 revela efeitos colaterais; veja
Por Fidel Forato |
Na corrida por um imunizante contra a COVID-19, mais detalhes sobre a eficácia e segurança das fórmulas começam a aparecer. Na terça-feira (15), a farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou alguns resultados preliminares da terceira e última fase da pesquisa sobre a vacina contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Segundo as análises, alguns voluntários do estudo demonstraram efeitos colaterais leves e moderados.
- Vacina de Oxford será testada em mais 5 mil brasileiros (incluindo idosos)
- Acordo para disponibilizar vacina Coronavac no SUS pode acontecer na quarta (16)
- A partir de outros coronavírus, estudo aposta em imunidade curta contra COVID-19
No estudo da Pfizer em parceria com a alemã BioNTech, mais de 12 mil participantes já receberam uma segunda dose da vacina, segundo a agência de notícias Reuters. No total, o estudo clínico deve envolver até 44 mil pessoas. No entanto, não foi explicado em qual dos grupos da pesquisa os efeitos colaterais foram confirmados.
Isso porque, em pesquisas de fase 3, os responsáveis pelo estudo e nem os pacientes sabem se estão recebendo a vacina contra a COVID-19 ou um placebo (substância sem efeito relacionado ao coronavírus).
Entre os efeitos colaterais relatados, foram identificados fadiga, dor de cabeça, calafrios e dores musculares. Além disso, alguns participantes do ensaio também apresentaram febre. Inclusive, quadros com febres altas.
Segurança de vacina contra a COVID-19
Independente aos efeitos leves e moderados, a Pfizer assegura avaliações de segurança e tolerabilidade da vacina durante todo o estudo. Para isso, há um comitê independente que monitora esses dados e pode recomendar a pausa da pesquisa a qualquer momento, diante de alguma reação adversa grave. Segundo a farmacêutica, isso não aconteceu até o momento.
Se os responsáveis pelo estudo e os pacientes não sabem o que recebem, isso não é segredo para o comitê independente de segurança. Segundo Kathrin Jansen, chefe de pesquisa e desenvolvimento de vacinas da farmacêutica, o comitê "tem acesso a dados não ocultos para que eles nos notifiquem se tiverem alguma preocupação com a segurança, e não o fizeram até o momento".
Curiosamente, os relatos se tornaram públicos uma semana depois que os ensaios do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca foram suspensos temporariamente. Depois que se verificou que o efeito adverso grave não estava associado à fórmula da vacina por um comitê independente, as pesquisas puderam retomar, inclusive no Brasil — mas exceto nos EUA.