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Pausas de 5 minutos podem devolver capacidade de atenção

Por| Editado por Luciana Zaramela | 05 de Julho de 2023 às 08h30

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LightFieldStudios/Envato
LightFieldStudios/Envato

Pausas de cinco minutos do trabalho ou de atividades que requerem muita concentração podem ser a chave para restaurar a atenção e deixar qualquer um pronto para voltar à ativa. O achado faz parte de uma pesquisa da Universidade de Sidney, Austrália, que investigou diversos “truques” para a atenção, verificando quais poderiam funcionar melhor em testes laboratoriais.

E a ação não precisa ser complexa, envolvendo, por exemplo, sair de casa ou do trabalho ou buscar atividades específicas. Apenas uma pausa completa, tirando a mente das obrigações — e das telas, vale ressaltar — já é o suficiente para devolver o cérebro à ação.

O poder do descanso

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A ciência já reconhece o descanso como uma ferramenta importante para o bom desempenho de qualquer atividade, para o bem-estar e o aprendizado. De feriados emendados, boas noites de sono e caminhadas ao redor de um parque, há diversas maneiras de descansar. Atualmente, são difundidas técnicas como a Pomodoro, que envolve trabalhar por 25 minutos e fazer pausas de cinco minutos, bastante utilizada em escritórios e home offices.

Desde os anos 1980, investiga-se o potencial de passar um tempo em meio à natureza, o que tem bons resultados na restauração da atenção e bem-estar, mas é claro que nem todo mundo pode se dar ao luxo de sair para um bosque a cada meia hora. Alguns estudos mostram, no entanto, que um mero vídeo mostrando uma paisagem natural já pode ser bastante terapêutico.

O fato é que pausas longe da tarefa sendo executada, mesmo que seja apenas para respirar e ficar sentado sem fazer nada, são importantes — e ficar nas redes sociais não é uma pausa. É preciso se afastar dos eletrônicos por alguns minutos. Humanos possuem capacidades de atenção diferentes, podendo ser influenciadas pelos níveis de açúcar no sangue ou cafeína consumida, mas restaurar um pouco dessa capacidade é, sim, possível. Em testes, cientistas buscaram saber o quanto.

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Como as pausas melhoram a atenção

Para verificar o poder das pausas, foram estudados 72 universitários australianos, que precisavam completar um pré-teste mental matemático difícil, sob algumas condições de velocidade. Isso foi desenhado especialmente para esgotar os recursos de atenção dos alunos, durando 20 minutos.

No grupo de controle, os estudantes não descansavam, seguindo para uma curta aula sobre multiplicar mentalmente números de 2 dígitos, como 13 x 22. O outro grupo fez pausas de 5 minutos, com uma tela de computador mostrando o tempo restante.

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Uma terceira equipe devia assistir a um vídeo em primeira pessoa de uma caminhada nas florestas australianas por 5 minutos durante as pausas. Todos os participantes responderam a um questionário sobre atenção dirigida, relatando o quanto tiveram pensamentos distraídos durante a aula de matemática.

As respostas variavam entre “algo chamou minha atenção durante a lição” e “achei difícil manter a concentração por muito tempo”. Por último, devia ser feita uma atividade de solução de problemas para verificar quão bem a estratégia matemática era aplicada pelos participantes.

No grupo que fez a pausa livre, os níveis de atenção dirigida foram maiores do que os do grupo de controle sem pausas. Já no teste de resolução de problemas, tanto o grupo com a pausa quanto o que teve a pausa baseada em natureza foram melhor do que o grupo sem pausas. O grupo da natureza pôde resolver mais problemas, 60% deles, enquanto o do descanso livre resolveu 53%, embora a diferença não seja estatisticamente significativa, do ponto de vista científico.

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Muitas habilidades cognitivas, como a matemática, precisam de muita concentração para serem aprendidas, mas nossos recursos cognitivos são esgotados quando estudamos ou resolvemos problemas. Embora pareça contra-intuitivo, fazer pausas ajuda a aprender melhor, podendo ser aplicado tanto no trabalho quanto em contextos universitários.

Recomenda-se, no mínimo, cinco minutos de pausa a cada 20 minutos de tarefas cognitivas intensas. Esse “hack” já é conhecido há algum tempo — mas, agora, sabemos o quanto é positivo.

Fonte: Educational and Developmental Psychologist via Medical Xpress