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Pandemia causa a maior redução na expectativa de vida desde a Segunda Guerra

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Outubro de 2021 às 09h40

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Grigory_bruev/Envato Elements
Grigory_bruev/Envato Elements

Desde a descoberta do coronavírus SARS-CoV-2, mais de 4,9 milhões de pessoas morreram oficialmente em consequência da infecção, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins. Nesse cenário, a pandemia da covid-19 reduziu a expectativa de vida da população em diferentes países do globo e, desde a Segunda Guerra Mundial, esta foi a maior queda já mensurada.

De acordo com uma pesquisa liderada por cientistas do Centro de Ciências Demográficas Leverhulme, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, a queda na expectativa de vida já é maior que a observada, na Europa, durante a dissolução da União Soviética no fim da Guerra Fria. 

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Vale definir que expectativa é a idade média que um recém-nascido viveria se as taxas de mortalidade atuais continuassem por toda a vida daquele indivíduo. Durante o ano de 2020, a expectativa caiu em 27 dos 29 países estudados, segundo o artigo publicado na revista International Journal of Epidemiology.

Mortalidade da covid

Para comparar a queda na redução da expectativa de vida, os pesquisadores reuniram um conjunto de dados sobre a mortalidade de 29 países, focando nos países do continente europeu — como França e Espanha —, nos Estados Unidos e no Chile. Isso porque os autores do estudo tiveram acesso aos registros oficiais de óbito para 2020 destas nações. Por exemplo, o Brasil não foi contabilizado.

“Para países da Europa Ocidental, como Espanha, Inglaterra e País de Gales, Itália, Bélgica, entre outros, a última vez que essas grandes magnitudes de declínios na expectativa de vida foram observadas em um único ano foi durante a Segunda Guerra Mundial”, explicou o cientista José Manuel Aburto, em comunicado.

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Em 22 países, a população apresentou queda maior do que meio ano de vida. Além disso, mulheres em oito países e homens em 11 experimentaram perdas na expectativa de vida maiores do que um ano. Para contextualizar, levou 5,6 anos, em média, para que esses países atingissem o aumento de um ano na expectativa de vida, mas o progresso foi eliminado em poucos meses da covid-19.

No extremo, a maior queda na expectativa foi observada em homens norte-americanos. Para este grupo, a queda foi de 2,2 anos em relação aos níveis de 2019. Em seguida, estão os homens lituanos, que perderam 1,7 ano de vida com a pandemia.

Mais dados sobre a expectativa de vida pós-covid

"Embora saibamos que há vários problemas relacionados à contagem de mortes da covid-19, como testes inadequados ou classificação incorreta, o fato de que nossos resultados destacam um impacto tão grande, diretamente atribuível à covid-19, mostra como [a doença] foi um choque devastador para muitos países", ressaltou o cientista Ridhi Kashyap. 

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Diante dessas evidências observadas em países ricos ou em desenvolvimento, Kashyap pediu que as autoridades de outros países, principalmente as nações mais pobres, disponibilizassem estes dados para que se pudesse avaliar o real impacto da covid-19 no globo. É possível que a perda da expectativa tenha sido ainda maior do que a calculada.

Para a cessar o estudo completo, publicado na revista científica International Journal of Epidemiology, clique aqui.

Fonte: Science Daily e Universidade Johns Hopkins