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Paciente com apneia do sono tem risco 75% maior para covid longa

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Amenic181/Envato
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Ainda hoje, a covid longa é um dos pontos mais desconhecidos e misteriosos que envolvem o coronavírus SARS-CoV-2. Por exemplo, é difícil identificar quem tem maiores ou menores riscos em desenvolver as sequelas da covid-19, mas isso já está mudando. Financiado pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH), nos Estados Unidos, um novo estudo revela que esta probabilidade é 75% maior para pacientes com apneia obstrutiva do sono.

Após analisar dados de saúde de 2,2 milhões de norte-americanos que tiveram covid entre março de 2020 e fevereiro de 2022, os pesquisadores identificaram o risco aumentado para adultos (18 anos ou mais) com apneia do sono. Por outro lado, a probabilidade da covid longa não foi observada em crianças e adolescentes.

Entenda o que é apneia obstrutiva do sono

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Antes de seguirmos, é preciso pontuar que a apneia obstrutiva do sono ocorre quando as vias aéreas superiores são, temporariamente, bloqueadas durante o sono. De imediato, a condição interrompe a respiração do indivíduo, fazendo com que a pessoa normalmente ronque, mas não é só isso.

A condição é responsável por atrapalhar a memória e o desempenho do indivíduo em atividades do dia a dia, como o trabalho. Afinal, dormir bem é fundamental para o funcionamento do cérebro e impacta até o comportamento do sistema imunológico.

Confira os principais sintomas da apneia obstrutiva do sono, segundo a Sleep Foundation:

  • Roncar;
  • Respirar pela boca durante o sono;
  • interrupções no sono;
  • Acordar, mas se sentir cansado;
  • Dores de cabeça matinais;
  • Problemas de memória;
  • Desconcentração e perda de foco;
  • Irritação;
  • Menor libido (redução do desejo sexual).

Embora a condição possa afetar qualquer pessoa, independente de sexo e idade, existe um perfil mais comum. A apneia é mais relatada em homens, sendo associada com alguns fatores de risco: idade avançada (mais de 65 anos), obesidade e consumo excessivo de álcool. Aqui, os cientistas norte-americanos assumem que ambos os quadros, a apneia e a covid longa, compartilham alguns fatores de risco, como idade e peso.

Estudo sobre o risco da covid longa associado com a apneia

Publicado na revista científica Sleep, o estudo do NIH usou dados médicos provenientes de outros três grandes pesquisas norte-americanas sobre a covid-19:

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  • National COVID Cohort Collaborative: este incluiu 1,7 milhão de adultos;
  • PCORnet: estão inscritos 330 mil adultos;
  • PEDSnet: este engloba 102.000 crianças.

Após cruzar e analisar os dados, é que os autores identificaram o risco aumentado da covid longa apenas para pacientes adultos. Nenhuma ligação significativa foi observada entre as crianças e adolescentes. Agora, o próximo passo é entender o porquê dessa conexão. No atual estudo, a lista de sintomas compartilhados pelos pacientes também não foi levantada.

Dá para prevenir a covid longa?

Enquanto mais respostas não chegam, outros estudos já demonstraram uma estratégia eficaz para impedir casos da covid longa, a vacinação. Se a pessoa reduz o risco de ser infectada e de ter casos graves, a probabilidade das sequelas também será menor. Por isso, “as pessoas com apneia obstrutiva do sono também devem manter suas vacinas em dia para minimizar o risco de infecção”, orienta Lorna Thorpe, autora sênior do estudo, em comunicado.

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Fonte: SleepNIH e Sleep Foundation